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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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18 nov, 2019 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Fazendo um apanhado global do percurso da seleção nacional pode dizer-se que esteve longe de ser brilhante como antes chegou a imaginar-se que seria possível logo que foi conhecido o lote dos nossos adversários.

A seleção portuguesa de futebol terminou ontem no Luxemburgo uma série de oito jogos não tendo ido além do segundo lugar no grupo B de apuramento para o Campeonato da Europa do próximo ano, e recolhido um total de 17 pontos num total de 24 pontos possíveis.

Depois de ter empatado em Lisboa os dois primeiros jogos, com a Sérvia e com a Ucrânia, e perdido mais tarde na capital ucraniana, voltou-se à velha fórmula de agarrar na máquina de contabilidade e fazer contas por entre algum compreensível nervosismo.

Fazendo um apanhado global do percurso da seleção nacional pode dizer-se que esteve longe de ser brilhante como antes chegou a imaginar-se que seria possível logo que foi conhecido o lote dos nossos adversários. Ainda assim, fez-se o possível e o indispensável, ainda que sem em algum momento ter justificado o título de campeão da Europa, conquistado em 2016.

Apesar do cinzentismo que marcou algumas exibições do grupo de Fernando Santos, o mérito do selecionador português é, quanto a nós, intocável. A ele se devem os dois maiores sucessos alcançados pela nossa representação maior, o Europeu e a Liga das Nações.

Não é justo, por isso, entrar em comparações com outros tempos, em que nunca fomos além das vitórias morais.

Claro que os tempos que aí veem serão difíceis. Daqui por sete meses a nossa seleção estará novamente em ação para a defesa de um título numa altura em que tudo poderá ser diferente. Desde logo, o facto de o Euro-2020 se realizar em doze cidades, ideia original mas nem por isso menos insólita.

No jogo de ontem, no Luxemburgo, o onze das quinas apenas cumpriu a obrigação de ganhar.

Não fez um jogo à altura do seu prestígio, para o que muito contribuiu o lamaçal autêntico em que os jogadores evoluíram.

E, neste aspeto, não pode deixar-se de apontar o dedo à UEFA, tão exigente em questões secundárias, quanto indiferente àquelas que a deveriam verdadeiramente preocupar para assim preservar a qualidade do jogo e defender a integridade física dos atletas.

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