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Governo quer primeira refinaria de lítio da Europa no Porto de Leixões

17 nov, 2019 - 11:38 • Redação

Proximidade aos locais de extração, mas também a possibilidade de receber lítio de outros projectos mineiros internacionais, ditou a decisão.

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O Governo português está a reunir esforços para conseguir a primeira refinaria de lítio em solo europeu em Portugal.

De acordo com a edição deste domingo do jornal “Público”, o secretário de Estado da Energia, João Galamba e o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, estão a desenvolver esforços para atrair para território nacional a primeira fábrica de hidróxido de lítio na Europa.

A aposta para a sua localização é o porto de Leixões, pela proximidade com algumas zonas onde poderá haver extração, mas também num local que possa “receber concentrados de lítio de outros projectos mineiros internacionais”.

“Queremos dar um passo em frente, instalar a refinação e isso também nos posiciona para atrair investimentos em fábricas de baterias, ou de cátodos, ou de ‘powerwalls’”, disse João Galamba ao diário. “Se já se saber que quem vai ficar com as fábricas de baterias para carros elétricos é o centro da Europa […] só temos de garantir o elemento com maior valor acrescentado […] que é a produção de hidróxido de lítio”, defende o secretário de Estado.

Recorde-se que recentemente a gigante “Tesla” escolheu a Alemanha para instalar a sua fábrica de baterias de lítio.

Segundo Galamba, a Comissão Europeia está a discutir a criação de critérios europeus para definir quem pode ser o fornecedor. “Na China, na Austrália ou na América do Sul até podem produzir lítio a um terço do valor em Portugal, mas, se não cumprirem os standards, não podem ser fornecedores da União Europeia”, defende Galamba, que recorre ao exemplo da indústria têxtil para argumentar esta ideia.

“Da mesma maneira que não podemos comprar t-shirts feitas por escravos, não poderemos comprar lítio feito com consumos brutais de água, e sem nenhum respeito por questões ambientais”, diz.

O antigo deputado socialista garante ainda que, nos próximos concursos de prospeção e pesquisa nas zonas identificadas pelo Governo, o caderno de encargos vai obrigar a que as empresas façam “valorização do recurso” em território.

Para o secretário de Estado, essa valorização poderá ser feita construindo uma refinaria, associando-se a um consórcio para construir uma refinaria ou fornecer a uma que já exista.

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  • 17 nov, 2019 12:34
    Ate parece que o estado lhes da percentagem nos impostos! Nao dizem nada que se aproveite!

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