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Irão. Governo corta acesso à internet para pôr fim aos protestos

17 nov, 2019 - 11:59

Iranianos saíram às ruas país para gritar palavras de ordem contra o Governo depois do anúncio de que o preço da gasolina vai subir 50% por cada litro e haverá racionamento.

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O Irão cortou o acesso à internet no sábado, após os protestos contra o aumento do preço da gasolina, que provocaram fortes confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

Conforme constatou a Efe, e confirmaram cidadãos de diferentes partes do país, o acesso à Internet continua hoje cortado, tanto em Teerão como em outras cidades.

"Estamos praticamente incomunicáveis", diz Ali, de 28 anos, da cidade de Jorramshahr, que acredita que "a medida foi tomada para impedir o envio de imagens dos protestos”.

“Não querem que o mundo veja o que está a acontecer no país", acrescentou.

Maryam, 45 anos, de Bandar Abas, queixa-se de não poder seguir as notícias: "Além disso, sou tradutora e o meu trabalho depende da Internet, eles paralisaram a minha vida, nem tão pouco consegui fazer uma transferência bancária, é insuportável”.

O site netblocks que monitoriza a interrupção da Internet em todo o mundo informou que "as maiores operadoras de redes móveis do Irão, como MCI, Rightel e IranCell, foram desligadas às 18h00 (14h30 de Lisboa) de sábado.

Mais tarde, informou que a partir das 22h15 locais (18h45 TMG) a Internet foi quase completamente bloqueada e que apenas 7% estão conectados.

As organizações internacionais sediadas em Teerão, como as agências da ONU, pediram aos seus funcionários que trabalhassem a partir de casa.

No sábado, o ministro iraniano do Interior, Abdolreza Rahmaní Fazlí, numa primeira reação aos protestos, advertiu os manifestantes de que se continuarem a ocupar as ruas, enfrentarão as forças de segurança.

"Até agora, têm sido tolerados, mas já foi decidido que se continuarem, as forças de segurança irão enfrentá-los", disse Rahmaní Fazlí à imprensa local.

Os protestos começaram na sexta-feira por causa do aumento dos preços da gasolina e estenderam-se a todo o país, com slogans políticos contra o governo e o sistema, o que provocou duras reações por parte das forças de segurança.

Os manifestantes saíram às ruas do país para gritar palavras de ordem contra o Governo um dia depois do anúncio de que o preço da gasolina vai subir 50% por cada litro e haverá racionamento.

De acordo com dados não oficiais, pelo menos uma dúzia de pessoas perderam a vida durante os confrontos com as forças de segurança, embora os meios de comunicação oficiais tenham confirmado apenas uma morte na cidade de Sirjan.

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