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Marcelo volta a defender revisão do estatuto das polícias e das forças armadas

15 nov, 2019 - 15:25 • Paula Caeiro Varela com redação e Lusa

Ministro da Administração Interna diz que Governo não negoceia com "forças sem rosto" como o chamado Movimento Zero, que participará numa manifestação de polícias marcada para dia 21 de novembro

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O Presidente da República reforçou esta sexta-feira o seu apoio à revisão do estatuto quer das forças de segurança, quer das forças armadas.

Questionado pelos jornalistas sobre a manifestação das forças policiais prevista para a próxima semana, Marcelo Rebelo de Sousa reforçou a ideia que já tinha defendido aquando da tomada de posse do Governo, dizendo esperar que o executivo olhe com atenção para esta questão.

"Sobre a matéria tanto das forças de segurança como das forças armadas, o que eu posso dizer foi aquilo que eu disse no discurso de posse do Governo: espero que o Governo possa olhar para o estatuto e a valorização das forças armadas e das forças de segurança, porque é uma questão importante."

Esta manhã, o ministro da Administração Interna afirmou que o Governo não dialoga com "forças sem rosto" dentro das forças de segurança como o chamado Movimento Zero, que participará numa manifestação de polícias marcada para dia 21 de novembro, próxima quinta-feira, em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas à margem de um exercício de preparação para o risco sísmico numa escola secundária de Oeiras, Eduardo Cabrita afirmou que as reuniões que teve com sindicatos de polícia na quinta-feira não tinha "nenhum objetivo de travar a manifestação".

As cinco organizações sindicais tiveram a sua primeira reunião com o novo executivo num "novo tempo" iniciado com a aprovação parlamentar unânime do novo estatuto sindical das polícias no fim da legislatura passada, "um diálogo sindical feito com sindicatos legitimados, certamente não será feito com forças sem rosto", declarou.

Com o lema “tolerância zero”, a manifestação conjunta é organizada pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) e Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), as estruturas mais representativas da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana.

O Movimento Zero, que já anunciou a sua participação no protesto de 21 de novembro, foi criado através das redes sociais e dele fazem parte agentes da PSP e militares da GNR. Uma das suas ações mais notórias foi um protesto durante a cerimónia de aniversário da PSP, a 12 de julho, em Lisboa, quando os polícias do Movimento Zero vestiram então camisolas brancas e voltaram-se de costas quando o diretor nacional da PSP, Luís Farinha, começou a falar na cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, mantendo-se nesta posição até ao final do discurso.

Eduardo Cabrita destacou que decorre "o maior volume de investimento nas forças de segurança que jamais existiu", que inclui "um projeto plurianual de admissões que garanta o rejuvenescimento entre 2020 e 2030".

No fim da reunião de quinta-feira, o presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues, disse aos jornalistas que o ministro garantiu estar “disponível para dialogar e resolver um conjunto de questões” e que, inclusive, “fez algumas programações para discutir algumas matérias” que para os sindicatos “são muito importantes”.

“Está disponível a programar num curto espaço de tempo a debater propostas para a sua resolução, nomeadamente aquelas que estão na base da manifestação conjunta da PSP e GNR agendada para 21 de novembro”, entre as quais a tabela remuneratória, disse Paulo Rodrigues.

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