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Subiram a um freixo com 300 anos para impedir o seu abate. "A árvore está viva"

13 nov, 2019 - 13:45 • Lusa

Autoridades garantem que o freixo, na Figueira da Foz, está em risco de cair.

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Três manifestantes sentados num freixo classificado com cerca de 300 anos, na Figueira da Foz, impediram, ao longo da manhã desta quarta-feira, o abate da árvore, que está em perigo de queda, constatou a agência Lusa no local.

As três pessoas, duas mulheres e um homem, subiram à árvore pouco depois das 8h00 e perto das 12h00 mantinham-se no local, já depois de identificados pela PSP.

Argumentaram que só saem se o presidente do município ali se deslocar para falar com eles, sobre a decisão de abater o freixo, classificado como de interesse público.

Cerca das 10h00, a Câmara Municipal - que tinha anunciado para esta quarta-feira a operação de abate, com corte ao trânsito das ruas circundantes ao chamado Páteo de Santo António - deslocou para o local uma dezena de funcionários e técnicos e maquinaria pesada.

Estes meios continuam parados nas imediações do freixo, que está dentro de um perímetro de segurança, rodeado por uma rede separadora, no interior da qual se mantêm sete pessoas, três das quais em cima da árvore.

Pouco depois das 11h00, um agente da PSP abordou os três contestatários, começando por afirmar que a árvore não iria ser abatida hoje, informação que contraria a que foi divulgada por aquela autarquia do distrito de Coimbra e desmentida pelos meios técnicos presentes - uma viatura com braço telescópico, uma retroescavadora e um camião, para além dos referidos funcionários.

Antes, em conversa com os responsáveis camarários, a PSP manifestou a intenção de resolver a questão pelo diálogo "com cordialidade" e sem recurso à força. Os agentes policiais presentes interpelaram os manifestantes, argumentando que a sua segurança podia estar em causa, mas não chegaram a dar uma ordem efetiva de abandono do local, limitando-se a identificar as três pessoas que estão em cima da árvore.

Uma mulher respondeu que a árvore "está viva" e que "não tem medo que ela caia". Os manifestantes agradeceram a "preocupação" da PSP, mas alegaram que a sua segurança "não está em causa" e que as grades que rodeiam o freixo não possuem "qualquer aviso de perigo de queda" ou proibição de transpor a proteção.

À Lusa, o presidente da autarquia da Figueira da Foz, Carlos Monteiro (PS), relembrou que a decisão de cortar o freixo está "devidamente sustentada" por pareceres e avaliações técnicas - o último dos quais recomendava o abate por "risco severo de fratura"- e mereceu a concordância do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

Sobre a situação em concreto do protesto, o autarca lembrou que a questão do abate foi debatida em reunião pública do executivo e argumentou que não vai deslocar-se ao local para falar com os manifestantes que estão empoleirados na árvore, como estes reclamam.

Carlos Monteiro remeteu para a PSP a resolução do protesto, frisando que cabe às autoridades policiais "tomarem uma decisão" e permitirem o trabalho dos meios camarários.

"Nós agendámos o corte para hoje por questões de segurança, porque a partir da noite e durante o dia de amanhã [quinta-feira] há previsão de mau tempo com ventos fortes e é um risco", assinalou ainda Carlos Monteiro.

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