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João Galamba recebido com protestos contra lítio em Boticas

11 nov, 2019 - 17:30 • Agência Lusa, com redação

O secretário de Estado viu o carro cercado por manifestantes durante uma visita ao Centro de Informação de Covas do Barroso.

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Olimpia Mairos - Galamba recebido com protestos em Covas do Barroso D11
Ouça a reportagem de Olímpia Mairos

O secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, foi recebido esta segunda-feira em Boticas por populares em protesto contra a exploração do lítio, mas acabou por visitar o Centro de Informação de Covas do Barroso, como estava previsto.

A informação inicial avançada pela agência Lusa indicava que a visita tinha sido cancelada, o que não se verificou.

Depois de um encontro na Câmara Municipal de Boticas, o governante seguiu para uma visita ao Centro de Informação de Covas do Barroso, distrito de Vila Real, onde foi recebido por um protesto de dezenas de populares que, empunhando cartazes, gritavam "Não à Mina, Sim à Vida", ou "O Povo é quem manda, não és tu Galamba".

No local, onde estavam dezenas de populares a protestar, Nélson Gomes, da Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso, contou aos jornalistas querer mostrar ao governante a "indignação e revolta" da população.

"Queremos respeito pelo nosso território. Queremos que o senhor Galamba saiba que aqui também há gente, embora pouca, mas há", lembrou.

Dizendo estar "disposto a tudo", o dirigente referiu que o que está em causa com a exploração do lítio é a "vida das pessoas" e, por esse motivo, pediu mais respeito por elas e pelas suas terras.

Nélson Gomes questionou ainda onde "anda o Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, que visita tudo e todos", menos as Covas do Barroso.

"Onde é que ele [Marcelo Rebelo de Sousa] anda? Sentimos falta de explicações dele e do primeiro-ministro", vincou.

Com um cartaz onde se lia "Para cá do Marão, mandam os que cá estão", Albina Reis assumiu não querer que "gente de Lisboa" venha para o interior destruir o património da região.

"Nunca fomos ouvidos, ninguém nos perguntou se queríamos a mina, começaram a procurar e já estávamos com as terras todas viradas", contou.

Também Elisabete Pires, elevando a voz, relatou que a mina é muito próxima das casas, daí temerem os riscos que podem advir.

Criticando o secretário de Estado por não ter "dado a cara", a moradora lembrou que eles negoceiam e o povo fica "com o lixo".

Solidário com a luta, Armando Pinto, da Associação Montalegre com Vida, assumiu sentir-se "lesado" pelo facto de a população nunca ter sido ouvido em todo este protesto.

"A região é património agrícola mundial, reserva de biosfera e rede natura 2000 e querem destruir tudo isto", interrogou.

Após a visita ao Centro de Informação de Covas do Barroso, Galamba dirigiu-se para o seu veículo, que foi cercado pelos manifestantes, antes de o governante abandonar o local.

[notícia corrigida às 18h35 - a visita ao Centro de Informação de Covas do Barroso não chegou a ser cancelada, como inicialmente noticiado]

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  • 11 nov, 2019 22:45
    Vi sentado no banco direito de um automóvel com a matrícula 26VB26 um Secretário de Estado do Governo Português com um AR ARROGANTE puxar por uma CIGARRILHA dando a impressão que estaria pronto para FUMAR. O mal se for feito não me afeta diretamente, mas como é PROIBIDO FUMAR em recintos FECHADOS, pergunto, neste CASO há EXCEÇÃO? Na altura o AMIGO DELE fumava no AVIÃO, agora ESTE fuma no CARRO? Sim, o CARRO não É DELE. ARROGANTES como este não podem VISITAR TERRAS BARROSAS, pois estas terras são SADIAS, não poluídas e como tal mereciam ser CALCORREADAS por Pessoas mais AMIGAS DO MEIO RURAL, este Senhor NÃO O É, enquanto Governante.

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