11 nov, 2019 - 15:19 • Ana Rodrigues com redação
O ministro da Defesa prometeu esta segunda-feira aprovar o Estatuto do Antigo Combatente em 2020, mas o presidente da Associação Nacional de Sargentos demonstra muitas reservas. Em declarações à Renascença, António Lima Coelho refere que os antigos e atuais combatentes estão a ser prejudicados pela falta de regulamentação.
“Espero que não seja só mais uma promessa, porque o Estatuto do Combatente já anda a enrolar há demasiados anos. E espero bem que não seja a lei da vida a resolver o problema desse universo e homens”, começa por dizer.
“Temos muitos camaradas nossos que participaram nos teatros de guerra e temos muitos camaradas nossos que participam nos teatros de guerra. E sobre estes que participam e a sua condição de ex-combatentes ou de combatentes e a própria condição – esperemos que não tenha que acontecer mais – de eventuais deficientes das Forças Armadas não é clara”, sustenta.
Perceba o que está em causa.
A Associação Nacional de Sargentos quer, assim, ver para crer, até porque em julho o Governo retirou a proposta de lei sobre o Estatuto do Antigo Combatente por dificuldades no modelo de sustentabilidade financeira. E uma das propostas que iria estar em debate no Parlamento está relacionada com a acumulação de benefícios para os antigos combatentes.
Já sobre a falta de efetivos nas Forças Armadas, que o ministro João Gomes Cravinho diz estar a tentar resolver com incentivos, António Lima Coelho diz que o Governo está a olhar para o lado errado da questão.
“Eu, para já, vejo com muita preocupação o facto de o senhor ministro ter um discurso e uma atitude muito focada no recrutamento dos jovens, na retenção dos jovens, nos homens e mulheres que estão em regime de contrato e tem muito pouca atenção para aqueles que são quem assegura todos os dias o efetivo funcionamento das Forças Armadas”, critica.
Os chefes militares dos três ramos das Forças Armadas têm alertado para as dificuldades em cumprir missões, especialmente na Força Aérea. Em resposta, o ministro da Defesa rejeita que a situação seja “insustentável” e diz que se deve “trabalhar em conjunto”.