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Espanha

Rivera deixa Ciudadanos e vida pública. "A vida é muito mais do que a política"

11 nov, 2019 - 10:17 • Redação

Eleições em Espanha resultaram numa vitória do PSOE. Ciudadanos viu cair o número de deputados eleitos de 57 para 10 deputados.

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No rescaldo das eleições em Espanha, Albert Rivera, líder do Ciudadanos, demititu-se do cargo. A decisão foi confirmada pelo próprio depois da reunião da Comissão Executiva Nacional do partido que agendou um encontro para esta segunda-feira. O partido quis fazer um balanço das eleições nas quais perdeu cerca de dois milhões e meio de votos, descendo de 57 para 10 deputados eleitos.

"Quando há êxitos, os líderes sabem que o mérito é de todos. Mas os líderes também sabem que os maus resultados são da responsabilidade do líder", disse perante os jornalistas. "Creio que a minha decisão não supreende ninguém"; acrescentou.

Rivera anunciou ainda que não vai assumir o lugar de deputado. "Chegou o tempo de passar o testemunho não só na presidência [do partido], mas também dar lugar a outros deputados", disse.

Nesta conferência de imprensa, o agora presidente demissionário do partido citou ainda o ex-presidente norte-americano Barack Obama: "se para ganhar tens de dividir o povo, vais ter um país ingovernável”. "Aos que vão ter de tomar decisões, desejo sorte e muito acerto", acrescentou.

Alber Rivera revelou ainda que vai deixar a vida pública e política. "A vida é muito mais do que a política", disse, revelando que vai voltar ao seu trabalho de advogado.

"Chegou a hora de servir outras pessoas, os meus pais - que deixem de sofrer o que sofreram e que me acompanhem; servir a minha filha - a quem dediquei menos horas e menos fins-de-semana do que devia; à minha companheira que tem estado ao meu lado, aguentado tudo, contra ventos e máres em todo o momento; os meus amigos que me viam pela televisão e que agora me vão ver pessoalmente", explicou.

A queda do Ciudadanos foi de tal forma que se viu ultrapassado pela Esquerda Republicana da Catalunha e fica como sexta força política. Na noite das eleições, Rivera disse: "não me meti na política para ter um cartão de entrada, mas porque amo Espanha", anunciando depois a convocação do encontro partidário para discutir os maus resultados.

Rivera, 39 anos (faz 40 anos no dia 15 de novembro), estava há 13 anos na liderança do partido, desde a sua fundação.

O PSOE de Pedro Sanchez venceu a corrida eleitoral, mas sem maioria absoluta e mesmo com menos mandatos do que tinha conseguido em abril, numa eleição que fica marcada pela subida em flecha da direita populista.

Os resultados em Espanha deixam a situação praticamente na mesma. No final da quarta votação em quatro anos nenhum partido tem maioria suficiente para formar Governo sozinho e por isso o PSOE terá de voltar à mesa das negociações para tentar convencer os outros partidos de esquerda, incluindo a Esquerda Republicana da Catalunha, que elegeu 13 deputados, a formar uma coligação que permita governar com estabilidade.

[notícia atualizada às 12h15]

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