11 nov, 2019 - 07:10 • Lusa
A polícia de Hong Kong confirmou que um dos seus agentes disparou sobre um dos manifestantes, um jovem que já foi alvo de uma cirurgia e que se encontra em estado crítico nos cuidados intensivos.
Esta é a terceira vez que balas reais são disparadas diretamente contra os manifestantes pela polícia de Hong Kong.
Os outros dois incidentes ocorreram no início de outubro, ferindo dois jovens, de 18 e de 14 anos.
Após o incidente dos disparos, uma multidão furiosa reuniu-se em San Wai Ho e apelidou os polícias de "assassinos", com os agentes a isolaram algumas das ruas naquela área.
Durante as operações policiais, um agente usou a sua arma de serviço e "um homem foi baleado".
"Apelamos aos manifestantes radicais para que sejam calmos e racionais. Os manifestantes devem interromper todos os atos que ameaçam a segurança de outras pessoas e obstruam a execução legal do dever pela polícia", acrescenta-se.
Na mesma nota explica-se que, "desde esta manhã, manifestantes radicais estabeleceram barricadas em vários locais em Hong Kong. Inclusive, atiraram objetos grandes e pesados, para as faixas de rodagem, representando grande perigo para os utilizadores da estrada" e que "os manifestantes também atiraram bombas incendiárias" no metropolitano "e vandalizaram as instalações universitárias".
As forças de segurança indicaram ainda que, "devido aos extensos atos ilegais dos manifestantes, a polícia respondeu com operações de dispersão e detenções".
Por outro lado, a polícia desmentiu "rumores online" que alegavam terem sido dadas instruções aos "polícias da linha de frente para que usassem as suas armas de fogo de forma imprudente nas operações de hoje".
A polícia esclareceu que "esta alegação é totalmente falsa e maliciosa", que aquela força de segurança "tem diretrizes e ordens rigorosas sobre o uso de armas de fogo" e que todos os agentes "são obrigados a justificar as suas ações".
Os media locais têm noticiado que, após o episódio dos disparos, vários incidentes violentos têm alastrado pela cidade.
A greve geral foi convocada esta segunda-feira nas redes sociais após a morte na sexta-feira de um estudante universitário de 22 anos que caiu de um parque de estacionamento e sofreu ferimentos cerebrais graves em circunstâncias desconhecidas durante um protesto em 3 de novembro.
Os manifestantes culpam a polícia, que já negou categoricamente qualquer responsabilidade na morte do estudante.