11 nov, 2019
O resultado das eleições em Espanha, no domingo, mais “parece um exercício de autoflagelação”, diz Jacinto Lucas Pires.
“Tem a ver com a questão da Catalunha, a forma como não se resolve, mas há também um lado dramático, que se calhar tem a ver com a maneira espanhola, do tudo ou nada, de não haver compromissos”, acrescenta.
Henrique Raposo recorda que, “antigamente, estes impasses eram resolvidos com guerras”, pelo que “continuamos a ter sorte”.
E, se calhar, a solução vai mesmo ter de ser de rutura, com “a solução alemã” do bloco central, unindo PSOE e PP.
Na opinião de Jacinto Lucas Pires, poderá ter de ser o rei a “permitir esse casamento novo”. Henrique Raposo alerta para a atenção a força que esta coligação poderá dar ao VOX.
O VOX é o partido de extrema-direita que mais do que duplicou o número de deputados no Parlamento espanhol, tornando-se a terceira força política do país.
Henrique Raposo justifica este ganho com um cansaço de quatro anos por parte da população e novamente a questão da Catalunha.
E sublinha que este partido defende um voltar atrás ao tempo em que as mulheres ficam em casa enquanto o homem vai trabalhar.
Jacinto Lucas Pires destaca a sensação de “medo e insegurança em relação ao mundo que muda rapidamente”, que leva as pessoas a votarem neste tipo de partidos, e chama a atenção para a necessidade de voltar a fazer política como um todo.