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Eleições em Espanha

Impasse político em Espanha preocupa empresários em Portugal. "É preciso diversificar"

11 nov, 2019 - 15:23 • Henrique Cunha

Associação Empresarial de Portugal diz-se apreensiva, sobretudo tendo em conta a estagnação nas exportações para o país vizinho nos primeiros nove meses deste ano.

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O impasse político em Espanha, que voltou a não ficar resolvido nas eleições legislativas do passado domingo, é motivo de preocupação para a economia portuguesa.

À Renascença, o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, afirma-se "muito apreensivo com o resultado eleitoral", após o PSOE ter vencido mas, novamente, sem maioria absoluta, augurando dificuldades na formação de Governo.

O presidente da AEP não esconde apreensão face aos resultados eleitorais de ontem, sobretudo tendo em conta dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que demonstram que houve uma estagnação nas exportações para o país vizinho nos primeiros nove meses deste ano.

"Os indicadores têm vindo a dar sinais preocupantes relativos ao crescimento e às exportações para Espanha que, por agora, apresentam um crescimento nulo", indicou Luís Miguel Ribeiro em entrevista à Renascença esta segunda-feira, no rescaldo da ida às urnas no país vizinho.

O líder da AEP admite que este cenário "deixa os empresários claramente preocupados e apreensivos com a situação", sedo que o resultado das eleições de ontem não só "não resolve a situação" como pode mesmo agudizá-la.

A isto acrescem receios de que Espanha possa reduzir o seu investimento direto em Portugal. "Para além de ser o nosso principal mercado de destino das exportações, Espanha é o terceiro país ao nível do investimento direto em Portugal", indica Luís Miguel Ribeiro.

Atualmente, 70% das exportações portuguesas são para o espaço europeu, sendo que Espanha recebe um quarto do total das exportações nacionais. Perante o cenário de desaceleração económica, o presidente da AEP acredita ser necessário encontrar outros mercados de forma sustentada.

Nesse contexto, a associação de empresários está a ultimar um documento, a que resolveu chamar "estratégia para o crescimento", no qual é reforçada a necessidade de diversificar os mercados a que se destinam as exportações portuguesas, sobretudo tendo em conta que, por agora, "muitas das nossas empresas exportam apenas para Espanha e outras exportam só para um mercado".

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  • José Joaquim Cruz Pinto
    11 nov, 2019 Ílhavo 20:06
    Olhem que novidade! Agora é que os nossos competentes empresários (mas que não devem ter alguma vez posto os pés nas nossas excelentes Escolas de Gestão) descobriram que têm de diversificar os seus mercados! Boa! E deve ter sido à conta de tão excessivamente tardia descoberta que tantos deles (como tantos dos nossos políticos) têm mostrado e mostram tanto medo de dizer o que merece ser dito: que a entidade política a que se chama "Espanha" não tem ponta por onde se lhe pegue (nem alguma vez teve desde o fim do século XV, precisamente quando nasceu), convindo-nos uma só coisa - distância.

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