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Papa anuncia viagem ao Sudão do Sul em 2020

10 nov, 2019 - 13:01 • Ecclesia

Francisco apelou ainda à paz na Bolívia e associou-se à celebração em defesa dos trabalhadores, promovida pelos bispos na Itália.

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O Papa revelou este domingo a sua intenção de visitar o Sudão do Sul, a braços com uma crise política e alimentar, após ter-se encontrado em abril com os líderes do mais jovem país africano, no Vaticano.

“Dirijo um pensamento especial ao querido povo do Sudão do Sul, que deverei visitar este ano. Com a memória ainda viva do retiro espiritual para as autoridades do país, realizado no Vaticano em abril passado, desejo renovar o meu convite a todos os atores do processo político nacional para que procurem o que une e superem o que divide, em espírito de verdadeira fraternidade”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício, no Vaticano.

O texto oficial divulgado pela Santa Sé precisa que o Papa se referia a 2020 e não a “este ano” (2019), como acabou por dizer.

Falando a milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a recitação do ângelus, Francisco recordou que o “povo do Sudão do Sul sofreu muito nos últimos anos e espera com grande esperança um futuro melhor, especialmente o fim definitivo dos conflitos e a paz duradoura”.

Para além da instabilidade política e do adiamento da formação de um novo governo de unidade nacional, nos últimos dias o país tem sido ainda afetado pelas cheias, que causaram mais de 50 mortes e obrigaram milhares de pessoas a abandonar as suas casas; há cerca de 420 mil pessoas deslocadas, segundo dados das Nações Unidas.

"Paz e serenidade" para a revisão eleitoral na Bolívia

Para além do Sudão do Sul, o Papa manifestou a sua preocupação com a crise política na Bolívia, apelando à oração dos católicos em ambos os países.

“Exorto todos os bolivianos, especialmente os atores políticos e sociais, a aguardarem com espírito construtivo e sem quaisquer condições prévias, num clima de paz e serenidade, os resultados do processo de revisão eleitoral, atualmente em curso. Em paz”, apelou, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação dominical da oração do ângelus.

O resultado das eleições presidenciais na Bolívia, a 20 de outubro, que deram o quarto mandato consecutivo a Evo Morales, são contestadas pelo candidato Carlos Mesa, que as considera fraudulentas, pedindo realização de um novo escrutínio e a nomeação de um novo tribunal eleitoral.

Francisco associou-se ainda ao Dia Nacional de Ação de Graças pelos frutos da terra e do trabalho, promovido pela Conferência Episcopal Italiana, pedindo que “não se explorem os trabalhadores, que haja trabalho para todos, mas trabalho verdadeiro, não trabalho escravo”.

“Uno-me aos Bispos recordando o forte vínculo entre pão e trabalho, esperando políticas corajosas de emprego que levem em consideração a dignidade e a solidariedade e evitem os riscos de corrupção”, declarou.

Na sua catequese dominical, o Papa lamentou que o se viva um tempo “pobre de conhecimento” sobre a vida eterna.

“A dimensão terrena em que vivemos agora não é a única, mas existe outra, já não sujeita à morte, na qual será plenamente manifestado que somos filhos de Deus, dando grande consolo e esperança de ouvir a palavra simples e clara de Jesus na vida além da morte”, declarou.

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