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​Caixa Geral de Depósitos com lucro de 640,9 milhões até setembro

08 nov, 2019 - 22:26 • Lusa

Resultados do banco estatal melhoram 74% até ao terceiro trimestre do ano.

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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) obteve lucros de 640,9 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, mais 73,5% do que nos mesmos nove meses de 2018, anunciou esta sexta-feira o banco público.

Entre janeiro e setembro, do resultado líquido consolidado apresentado, 481,4 milhões de euros são referentes a resultado da atividade corrente e os restantes 159 milhões de euros do impacto relativo à venda de operações no estrangeiro (Espanha e África do Sul), por reversão parcial de imparidades.

A venda de operações da CGD no estrangeiro faz parte do plano estratégico do banco. Em outubro, foi concluída a venda do Banco Caixa Geral (BCG), Espanha, e esta quinta-feira (07 de novembro) fechada a do banco Mercantile.

Caixa apenas quer cobrar comissões por depósitos a "bancos e instituições financeiras"

A Caixa apenas tem "vontade" de cobrar comissões "a bancos e a instituições financeiras" e não cobrará juros negativos nos depósitos "a nenhuma entidade", disse o presidente executivo do banco, Paulo Macedo.

"A nossa única vontade será de cobrar comissões a bancos e a instituições financeiras", admitiu hoje Paulo Macedo, durante a apresentação de resultados do banco público (lucros de 640,9 milhões de euros), em Lisboa, referindo-se ao tema da cobrança de taxas de juros negativos nos depósitos.

Paulo Macedo esclareceu que "a Caixa não encara cobrar juros negativos a nenhuma entidade", sendo um assunto "fora de questão", uma vez que "a legislação é clara e a Caixa cumpre a legislação".

"Não iremos cobrar comissões nem aos particulares nem às empresas, e não prevemos cobrar às empresas públicas", esclareceu o gestor.

No entanto, Paulo Macedo afirmou que, "se houver uma circulação de afluxo à Caixa de montantes que vêm de outros bancos porque nos outros bancos esses depósitos de multinacionais, por exemplo, é cobrada uma comissão, e portanto vêm para a Caixa apenas para fugir a essa comissão de outro banco, não sendo nossos clientes e não tendo relação connosco, obviamente poderemos vir a equacionar".

"No nosso cenário não está em cima da mesa cobrar comissões a empresas públicas, a empresas, e muito menos a particulares", reiterou o responsável do banco público.

CGD não tenciona novos aumentos de comissões além dos comunicados

O presidente da CGD disse que o banco não conta aumentar comissões para os particulares em 2020, além das subidas já comunicadas, e que o banco não conseguirá cumprir o aumento das receitas com comissões definido no plano estratégico.

"Só numa alteração de cenários em cima da mesa a CGD pondera voltar a alterar comissões em 2020. Só por alguma alteração das circunstâncias. Porque a Caixa não tenciona voltar a aumentar comissões nos clientes particulares", referiu Paulo Macedo.

O gestor líder da Caixa Geral de Depósitos (CGD) afirmou ainda, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados, em Lisboa, que o banco não vai conseguir cumprir o objetivo do plano estratégico, definido entre o Estado português e a Comissão Europeia, de aumentar o valor arrecadado em comissões em 100 milhões de euros em quatro anos.

"Estamos muito aquém nas comissões, muito aquém", afirmou, quando se referiu ao cumprimento de várias metas do plano estratégico.

Macedo disse ainda que, nos últimos anos, tanto o valor arrecadado em comissões de clientes particulares como de clientes empresariais tem-se reduzido na CGD e voltou a afirmar que o banco tem mais de um milhão de clientes isentos, considerando "populismo" o tema das comissões no banco público.

Nos primeiros nove meses deste ano a CGD conseguiu 306,8 milhões de euros em comissões na atividade em Portugal, mais 1,4% face ao mesmo período de 2018.

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