03 nov, 2019
A concertação social reúne já na quarta-feira para discutir o aumento do salário mínimo. O governo inscreveu no programa alcançar os 750 euros até 2023, mas está ainda por definir o faseamento.
O encontro com os parceiros sociais tem lugar já depois de António Costa regressar de Praga onde, amanhã e terça-feira, participa da reunião de países "Amigos da Coesão", encontro chave para reagir à intenção de Bruxelas de limitar fundos estruturais.
Na reunião da concertação social irá ser projectado o “sinal político” para os partidos à esquerda do PS suavizarem posições quanto ao OE2020, com entrega já agendada para 15 de dezembro? Do encontro sairá também uma mensagem tácita dos patrões, aumentos em troca da não revisão da legislação laboral, como exigem BE e PCP?
Por opção de António Costa, a política de rendimentos, transportes e saúde foram os temas de maior centralidade no debate do programa do governo. Afinal, são esses os temas caros ao primeiro-ministro e não as “reformas estruturais” que os partidos defendem à direita do PS para sair da estagnação económica.
E que marcas na legislatura deixará o debate do programa de governo? E na relação António Costa/Rui Rio? O líder do PSD, ainda em ‘modo de campanha eleitoral’, disparou em várias direcções sempre em pontos vulneráveis da governação. Em menos de 10 minutos, Rio fustigou Costa sobre a dimensão do Governo, Galamba e o lítio de Montalegre, PPP’s, ala pediátrica do São João e futuro de Centeno.
António Costa, irritado, contornou algumas questões, mas quanto ao governo mais numeroso de sempre foi duro com o líder do PSD: “Eu preocupo-me com a composição do governo, o senhor que se preocupe com a redução do tamanho do seu grupo parlamentar”.
O debate Costa/Rio ainda em “modo campanha eleitoral”, o futuro da relação do PS à sua esquerda e as eleições legislativas de 10 de novembro em Espanha são temas para o debate no Conversas Cruzadas.
Participam Miguel Alves, antigo adjunto de António Costa no MAI e na CML, dirigente nacional do PS e presidente do Conselho Regional do Norte, Luís Aguiar-Conraria, professor da Universidade do Minho e Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto.