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Congresso nacional do CDS, em janeiro, vai ser em Aveiro

01 nov, 2019 - 01:19 • Lusa

Direção do partido está disponível para mostrar as contas a grupo de Filipe Lobo d'Ávila. João Almeida divulgou parte da sua moção ao congresso, mas ainda não decidiu se será candidato à liderança.

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O 28.º congresso nacional do CDS-PP, em janeiro de 2020, para eleger o sucessor de Assunção Cristas na lideranca, vai realizar-se em Aveiro, informou esta quinta-feira o secretário-geral do partido.

Em declarações à Lusa, Pedro Morais Soares afirmou que o Centro de Congressos de Aveiro foi o local escolhido e que é o que "melhores condições logisticas e financeiras" oferece quer ao partido quer aos delegados, na sua maioria das regiões norte e centro.

A decisão sobre o local do congresso foi tomada numa reunião em comissão organizadora do congresso, que é liderada pelo secretário-geral centrista.

O congresso, decidido em 17 de outubro, em reunião do conselho nacional, em Lisboa, foi marcado para 25 e 26 de janeiro de 2020, mas o local ficou em aberto, tendo, desde então, sido apresentadas sete candidaturas por parte das estruturas dos partidos.

Após as legislativas de 6 de outubro, em que o CDS teve um dos seus piores resultados - 4,4% e passou de 18 para cinco deputados - Assunção Cristas assumiu a derrota e anunciou a sua saída da liderança.

Até ao momento, há dois candidatos "em reflexão", João Almeida, deputado e porta-voz do partido, e Filipe Lobo d'Ávila, do grupo "Juntos pelo Futuro", e um candidato assumido, Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM). Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular (JP), também já admitiu entrar na corrida à liderança, afirmando-se "disponível para aquilo que os militantes" entenderem que ele possa "ser mais útil".

A eleição de delegados ao congresso está prevista para 30 de novembro e o prazo para a apresentação de moções globais, com que os candidatos apresentam a sua candidatura à liderança, e as setoriais, termina em 27 de dezembro.

Direção disponível para mostrar contas a grupo de Lobo d'Ávila

A direção do CDS-PP, liderada por Assunção Cristas, afirmou-se hoje "totalmente disponível" a reunir com o grupo "Juntos pelo futuro", de Filipe Lobo d'Ávila, sobre as contas do partido.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral centrista confirmou que "estão a ser feitos ajustamentos" face aos resultados eleitorais que vão resultar numa quebra das receitas da subvenção estatal.

No sábado, o dirigente Raul Almeida disse à Lusa que o grupo "Juntos pelo Futuro" pediu à direção um relatório "legível, verdadeiro e transparente" acerca das contas.

Nesta fase pré-congresso para escolher o sucessor de Assunção Cristas "é preciso conhecer a realidade das contas com transparência, detalhe e verdade", afirmou.

Se a resposta da direção de Cristas, "porque toda a direção é responsável pelas contas" do partido, não for satisfatória, então o grupo admitiu pedir "uma auditoria externa" à situação financeira dos centristas, acrescentou o ex-deputado.

Na semana passada, a nova líder parlamentar do CDS, Cecília Meireles, admitiu que a bancada vai, com "muita pena", dispensar pessoas para se adaptar à nova situação, de passar de 18 para cinco deputados.

Este comentário surgiu no mesmo dia, 24 de outubro, em que o "Jornal Económico" noticiou que a direção do CDS vai dispensar parte das pessoas que trabalhavam no grupo parlamentar, reduzindo ordenados a quem fica, devido à quebra de deputados e à redução no valor da subvenção estatal, preparando-se igualmente para encerrar duas sedes concelhias.

Segundo o jornal, está em causa a redução da subvenção estatal e das comparticipações financeiras do Estado ao partido, a que se junta um saldo negativo nas contas do ano passado", e uma fonte do partido citada pelo jornal admitiu que as dívidas podem ser de "perto dos dois milhões de euros" em 2019.

João Almeida quer CDS da direita democrática, com "ideias conservadoras e liberais"

João Almeida divulgou esta quinta-feira parte da sua moção ao congresso, em que defende um partido da "direita democrática", mas que integra "ideias conservadoras e liberais".

No texto, a nota de abertura da moção, publicado na página "O teu CDS", no Facebook, João Almeida escreve que o CDS "é um partido rico em termos doutrinários", que quer "representar a direita democrática onde coexistem várias correntes".

"Tendo como matriz a democracia-cristã, o CDS-PP sempre integrou as ideias conservadoras e liberais. Somos pela valorização desse património doutrinário em todas as suas vertentes, procurando uma síntese respeitadora dos valores fundacionais do partido, afirmativa das convicções das suas bases, atual e útil aos olhos dos eleitores", lê-se no texto com que abre a moção a apresentar no congresso previsto para janeiro de 2020.

Em cinco pontos, o deputado aborda vários temas, incluindo a reorganização interna e propõe "um trabalho dedicado de reimplantação, de filiação de novos e recuperação de antigos militantes" do partido.

No terceiro ponto, alerta-se que "o CDS-PP precisa de se renovar", "sem ruturas, em harmonia", devendo os "órgãos nacionais ser redimensionados em função da realidade atual do partido", enquanto a "estrutura dirigente deve ser construída com e pelas diferentes gerações, experiências e percursos existentes no seu seio".

Em quarto lugar, defende que o partido "tem que ser bem gerido" e propõe que as "finanças e o património" sejam "objeto de uma gestão rigorosa e transparente".

O quinto ponto é que, "'arrumada' a casa", o CDS tem de "concentrar-se no essencial", a ação política, para tentar "recuperar a confiança dos portugueses" com a apresentação de "soluções para os seus problemas" -- "soluções focadas, claras e compreensíveis".

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