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"Programa mostra que Costa quer continuar a privilegiar entendimento à esquerda"

30 out, 2019 - 17:18 • Celso Paiva Sol , Ana Paula Santos

No "Casa Comum" desta semana, Paulo Rangel e Francisco Assis analisam o programa do Governo e os desenvolvimentos em torno do Brexit, agora que o Reino Unido tem novas eleições marcadas para 12 de dezembro.

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Casa Comum - Programa do Governo e Brexit 2.0 - 30/10/2019

"O programa do Governo, no essencial reflete o programa do Partido Socialista. Com a incorporação de algumas coisas novas, de pormenor, que visam essencialmente garantir uma aproximação aos partidos à esquerda do PS no Parlamento". Uma visão que, considera Francisco Assis, é confirmada pelo discurso do Primeiro Ministro na abertura do debate do programa do Governo, esta quarta-feira, na Assembleia da República.

O socialista Francisco Assis identifica como positivo que o programa prossiga a linha de política orçamental em prática no anterior Governo, mas confessa que está muito preocupado com a questão do crescimento económico.

"É a variável fundamental de tudo isto. O Governo fala em aumentar os rendimentos dos portugueses, o que só será possível com um crescimento económico significativo. Assumiu um compromisso interessante em matéria de salário mínimo, mas que também está ligado à economia" pelo que, adianta Assis, "as considerações que constam do programa do Governo são bastante vagas e não permitem perceber bem o que vai ser feito".

Paulo Rangel retomou a crítica do presidente do PSD de que o debate do programa do Governo foi marcado a "mata-cavalos", o que não permitiu "fazer um programa com alguma inovação e com algum estímulo para as reformas".

O eurodeputado social democrata, que participou no "Casa Comum" desta semana a partir de Bogotá, na Colômbia, onde participa num Fórum Ibero Americano, elegeu duas medidas concretas do documento: uma que o PSD apoiará, que abre a possibilidade de as pessoas que se reformam poderem continuar a trabalhar em part-time; e uma que, confessa Rangel, o preocupa muito, que é o fim das reprovações até ao 9.º ano. "É disparate sem fim", classifica.

Brexit: acordo e eleições à vista

Francisco Assis considera que a União Europeia "agiu corretamente" ao aprovar adiamento da data de saída para 31 de janeiro. Já as eleições gerais marcadas no Reino Unido para 12 de dezembro são, para os "Trabalhistas uma oportunidade única para se apresentarem como verdadeira alternativa se adotassem um discurso pró europeu" mas, avisa o socialista, "o cenário pós dezembro pode vir a ser mais complexo do que aquele que estamos a viver".

Imprevisibilidade também sublinhada por Paulo Rangel. O eurodeputado considera que "para o Partido Conservador é uma vitória", mas as eleições podem não ser "suficientes para uma clarificação".

"Se for, é preciso ver se depois Boris Johnson vai honrar todos os seus compromissos. Isto é uma caixinha de surpresas", conclui Rangel.

Já sobre a posição europeia, o social-democrata identifica duas correntes, "entre os que querem claramente um Brexit suave ou até uma reversão e aqueles que que mesmo que o Reino Unido ficasse seria fonte de problemas e que o melhor é sair, se possível com acordo".

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

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