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Avaliação de casas atinge novo máximo. Proprietários denunciam "assédio terrível"

29 out, 2019 - 17:35 • Henrique Cunha com redação

Valor médio a que os bancos avaliam as casas para crédito à habitação atingiu os 1.299 euros por metro quadrado em setembro, apontam dados do INE.

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O valor médio de avaliação bancária da habitação subiu 7,8% para 1.299 euros por metro quadrado (m2) em setembro, em termos homólogos, e avançou 0,9% (mais 11 euros/m2) em relação a agosto, divulgou o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) esta terça-feira.

De acordo com o Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação em setembro de 2019, realizado pelo INE, em setembro o valor médio de avaliação bancária realizada no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação fixou-se em 1.299 euros/m2, mais 11 euros do que no mês anterior.

O valor médio de avaliação dos apartamentos subiu 14 euros quando comparado com agosto, para 1.385 euros/m2, com o valor mais elevado a ser observado na região do Algarve (1.704 euros/m2 ) e o mais baixo no Alentejo (1.068 euros/m2).

Face aos números hoje divulgados, os proprietários não se mostram surpreendidos com o comportamento do mercado e denunciam o que classificam de "assédio terrível" sofrido pelos que detêm edifícios em zonas muito cobiçadas de Lisboa, por exemplo.

À Renascença, o presidente da Associação Nacional de Proprietários garante que esta pressão é exercida por intermediários do ramo imobiliário que recebem encomendas sobretudo de chineses e de brasileiros que querem viver nos melhores locais da capital portuguesa.

"Muitas vezes fala-se do assédio que é feito pelos senhorios aos arrendatários. Aquilo que nos chega diariamente é o assédio que é feito por intermediários imobiliários a determinados proprietários nossos associados que dispõem de edifícios em locais que são cobiçados, nomeadamente em Lisboa locais que tenham vista para o rio Tejo, locais que estejam em bairros que são apetecíveis, etc", denuncia António Frias Marques.

"Aí realmente há um assédio terrível, porque têm encomendas de chineses, de brasileiros, de nacionais de outros países que querem, à viva força, vir para os melhores locais de Lisboa. Isto é um assédio que por vezes se torna insuportável."

O presidente da Associação Nacional de Proprietários diz ainda que a especulação de preços continua numa fase ascendente. Receia, contudo, que sobretudo em Lisboa e no Porto possa ocorrer aquilo a que vulgarmente se chama de bolha imobiliária.

"Este tipo de especulação vai ter um limite, vai acabar numa determinada altura. Não sabemos quando será, pelos sinais que nos chegam ainda está numa curva ascendente. Sabemos pela experiência que temos de outras situações que, quando cair, não cai devagarinho, cai a pique. A bolha não é generalizada ao país, mas em relação a alguns sítios que foram escolhidos pela especulação internacional não temos dúvidas nenhumas de que há uma bolha e uma bolha bem grande, que é perfeitamente localizável nalguns locais de Lisboa, nalguns locais do Porto e nalguns arredores."

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