Tempo
|
A+ / A-

Trump anuncia cessar-fogo permanente na Síria e levanta sanções à Turquia

23 out, 2019 - 20:14 • Redação com agências

Pelo menos 100 militantes do Estado Islâmico escaparam desde o início da ofensiva militar turca.

A+ / A-

Donald Trump anunciou esta quarta-feira o levantamento das sanções impostas em meados de outubro à Turquia, após Ancara ter desencadeado uma operação militar contra os curdos na Síria. De acordo com o Presidente americano, o cessar-fogo é agora permanente.

Na noite de terça-feira, a Turquia anunciou que não retomaria a sua ofensiva militar contra as forças curdas após a retirada dos seus combatentes das zonas fronteiriças.

Os presidentes russo e turco, que desempenham uma função decisiva no conflito sírio, chegaram por sua vez um acordo, ainda na terça-feira e após longas negociações em Sochi (mar Negro), sobre o controlo comum da maior parte da zona fronteiriça.

"Pedi ao secretário do Tesouro o levantamento de todas as sanções impostas em 14 de outubro em resposta à ofensiva da Turquia", declarou Trump na Casa Branca.

O Presidente norte-americano deixou ainda entender que o seu encontro com o homólogo turco Recep Erdogan, previsto para 13 de novembro na residência oficial em Washington, vai mesmo decorrer.

"Poderemos encontrar-nos muito proximamente", declarou, apresentando como um sucesso a sua estratégia sobre esta crise.

"Graças à nossa negociação com a Turquia foi salvo um número incalculável de vítimas", insistiu.

"Agora as pessoas dizem 'que resultado fantástico!'", acrescentou, sem precisar a quem se referia.

A ofensiva turca foi desencadeada após o anúncio da retirada militar norte-americana do nordeste sírio, denunciada em diversos círculos internos e internacionais com um abandono dos curdos, aliados de Washington na luta contra os jihadistas do Estado Islâmico.

Trump assegurou esta quarta-feira que Mazloum Abdi, comandante das Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pelos curdos, lhe agradeceu.

"Acabei de falar ao general Mazloum, um homem formidável (...). Estava extremamente reconhecido", afirmou.

Em simultâneo, Trump revelou que um "pequeno número de soldados" norte-americanos vai permanecer na Síria, "nas zonas onde existe petróleo".

"Os países da região devem assumir a sua responsabilidade e ajudar a Turquia e a Síria a garantirem a segurança da sua fronteira", acrescentou.

Pelo menos 100 jihadistas escaparam de prisões na Síria

Pelo menos uma centena de efetivos do Estado Islâmico (EI) escaparam desde o início da ofensiva militar turca no nordeste sírio, desencadeada a 9 de outubro, anunciou esta quarta-feira um alto responsável norte-americano.

Segundo James Jeffrey, enviado da administração Trump para a Síria, que falava perante a comissão de Relações Externas da Câmara de Representantes, em Washington, "o número deve ser superior a 100. Não sabemos onde eles estão".

No âmbito da ofensiva lançada pela Turquia, contra os combatentes curdo-sírios, aliados de Washington e dos ocidentais na luta contra o EI, muitos países manifestaram a sua preocupação com o destino dos milhares de 'jihadistas' estrangeiros detidos em campos controlados pelas forças curdas.

"Quase todas as prisões que as Forças Democráticas da Síria [FDS] controlam estão ainda seguras", indicou Jeffrey.

O responsável acrescentou que os EUA mantêm efetivos na Síria que, em conjunto com as FDS, estão a ajudar "da melhor maneira possível" a questão do controlo das prisões, que frisou ser "uma das prioridades".

A Turquia, que acolhe 3,6 milhões de refugiados sírios, deu como uma das razões para a criação da zona de segurança visada pela ofensiva no norte sírio o regresso de cerca de dois milhões daqueles refugiados ao seu país.

A invasão turca do norte da Síria já provocou dezenas de mortos e milhares de deslocados e refugiados entre a população civil.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+