22 out, 2019
Para muitos, talvez até a grande maioria, a crise em que o Sporting Clube de Portugal se encontra mergulhado há algum tempo tem uma razão primeira: os resultados da equipa de futebol têm-se constituído num autêntico fracasso, a época ainda em fase temporã, está praticamente perdida, os objetivos a conquistar estão claramente fora do horizonte.
Resta o campeonato, mas também este sem ambições, e apenas com a preocupação de não vir a acontecer a pior classificação de sempre, o que não parece de todo improvável.
A partir deste dado real segue-se todo um rol de motivos que passam por cenários diversos: a pouco clara condução do clube, assente sobretudo numa confrangedora incapacidade de comunicar para o exterior e para dentro, o mau relacionamento entre aqueles que deveriam ser parceiros mas mais parecem inimigos, decisões quase sempre difíceis de perceber, e ainda escolhas resultantes de opções que têm acabado por se revelar ineficazes.
E, como se tudo isto não bastasse, o fervilhar das alcateias circundantes, alimentadas por ódios de origem fica à vista todos os dias, e cujo mentor tem nome bem conhecido.
O que fazem as claques? Ajudam, apoiam, transmitem sentimentos de confiança? Nada disso. Ao contrário, atiram para a arena os archotes que lhes encomendam, procuram incendiar e destruir tudo o que lhes possa aparecer pela frente.
Foi a isto que a direção de Frederico Varandas procurou responder com energia, mas sabendo certamente que há sempre a possibilidade de um ricochete. Seria um erro não atuar desta maneira, face a vandalismos insuportáveis que ameaçam atirar o clube para um precipício de difícil regresso.
Face a tudo isto como entender o silêncio de Rodrigo Cavaleiro, presidente da pomposamente designada Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto, e de sua excelência o secretário de estado do desporto, que tão impante aparece nos aeroportos à espera de atletas medalhados? É verdade: perante tudo o que se tem visto (as imagens não mentem) onde têm estado a polícia e a justiça? Ou será que entendem todos que após o "affaire" Alcochete a sua missão está terminada?
Na Grécia, ainda há não muito tempo, o então governo do Syrisa mandou fechar as portas do futebol, quando sentiu que os desmandos das claques estavam a ir muito além do aceitável.
Por cá, neste cantinho à beira-mar plantado… "no pasa nada".