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João Pedro Sousa. O Sr. Serenidade só agora está a levantar voo

22 out, 2019 - 10:30 • Rui Viegas

Bola Branca foi ao encontro das explicações para o sucesso do Famalicão e do seu treinador. De João Pedro Sousa fala quem o conhece bem, dentro e fora do campo.

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Esta é uma história que começa com uma amizade de criança. Lado a lado. "Somos amigos de infância", começa por dizer o antigo central do Sp. Braga, Artur Jorge, que cresceu com João Pedro. Penduradas as chuteiras de ambos desafiou-o a trabalhar com ele. João Pedro acrescentou o apelido Sousa ao nome e ajudou a orientar os mais novos de Braga e, depois, os mais crescidos de Famalicão. Não tardou muito até que ao adjunto se abrissem horizontes mais ambiciosos. Estávamos em 2012 e um jovem treinador principal também "saía da casca" no Estoril.

"Nas equipas técnicas do Marco Silva que ele integrou, na 1ª divisão, teve sempre um desempenho em que se notava que existia um talento muito grande. Tranquilo, equilibrado, notável", descreve Alexandre Faria, presidente do Estoril-Praia, recordando um episódio particular do "Senhor Serenidade".

"Na nossa primeira participação na Liga Europa, pré-eliminatória, em Israel, eu estava preocupado e vi nele uma serenidade notável. Perguntei-lhe 'como consegues estar tão calmo?'. Ao que me respondeu: 'vai correr tudo bem, a equipa está preparada'", lembra. A opinião de que João Pedro Sousa lida com todas as situações de uma forma tranquila é também sustentada por Artur Jorge: "É muito sossegado, passará despercebido, pois gosta de estar no seu espaço. Em termos de trabalho, tem uma liderança serena".

Outros voos

Marco Silva não mais largou o adjunto. Do Estoril ao futebol inglês, passando por Sporting e Grécia, correu o tempo necessário – e calculado - para João Pedro Sousa estar apto a assumir o papel principal.

"Mais cedo, ou mais tarde, esta separação do Marco Silva havia de acontecer", garante Alexandre Faria, ao mesmo tempo que o antigo colega fala de "um passo calculado e pacientemente aguardado". "Quando tivesse um projeto sólido, ele tinha em mente assumir a liderança desse mesmo projeto", assinala.

Liderança também, e agora, na tabela do campeonato maior de Portugal. Aos 48 anos e com uma equipa que surpreende o futebol português. O treinador, esse, continuará a voar alto, acredita Artur Jorge.

"Será um processo natural. Foi campeão na Grécia e disputou campeonatos muito interessantes na Europa. Acredito que poderá chegar ao topo", confia.

O homem que faz bem ao futebol nacional

Para já, o antigo avançado, com o seu Famalicão, faz bem ao futebol português, defende Alexandre Faria. "É fundamental, para o equilíbrio do futebol português, que surjam mais casos destes. Não existem só três clubes", atira.

O primeiro presidente de João Pedro Sousa num banco do escalão principal, nem por isso. Mas o amigo Artur conversa frequentemente com João. Um homem normal.

"Falamos. Gosta de estar com a família, gosta de ver futebol e de estar com os amigos. De partilhar a sua vida, de forma serena e tranquila, como é a sua forma de estar", conclui Artur Jorge.

E a história continua…

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