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Violentos protestos no Chile fazem três mortos

20 out, 2019 - 09:51 • Lusa

Aumento do preço do metro foi o gatilho para as manifestações de insatisfação com a situação económica e as desigualdades no país. Estado de emergência foi alargado a Valparaíso.

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Um incêndio num supermercado no sul de Santiago do Chile, na noite de sábado, provocou a morte a três pessoas, anunciaram as autoridades neste domingo.

"A polícia e os bombeiros encontraram dois corpos queimados e outra pessoa em péssimo estado, tendo sido transferidos para um hospital, mas infelizmente morreram", afirmou a ‘prefeita’ da Região Metropolitana de Santiago do Chile, Karla Rubilar.

Os corpos foram encontrados depois do fogo extinto. O supermercado situado na comuna de San Bernardo foi incendiado na sequência dos tumultos, incêndios e saques que ocorreram em Santiago do Chile e outras cidades do país na última noite.

Karla Rubilar esclareceu que não há "informações claras sobre em que circunstâncias" os eventos ocorreram, nem se os mortos faziam parte da multidão que assaltou o estabelecimento ou se eram trabalhadores do supermercado.

“Precisamos de mais informações e entendemos que o Ministério Público tem que comandar essa investigação”, referiu.

Ainda no sábado à noite, o Governo do Chile decretou o estado de emergência na região de Valparaíso, depois de ter feito o mesmo na capital, face aos violentos protestos contra o aumento do preço do bilhete de metro.

"A partir das 00h00 (2h00 de domingo em Lisboa), é estabelecido um toque de recolher até as 7h00 (9h00 em Lisboa) na região de Valparaíso", anunciou o comandante-chefe da primeira zona naval.

De la Maza observou ainda que os territórios insulares da Ilha de Páscoa e Juan Fernández, dependentes administrativamente da região de Valparaíso, estão excluídos dessas medidas excecionais de segurança.

Os tumultos em Valparaíso começaram no sábado como uma réplica do que aconteceu na capital do Chile. Na origem dos protestos, o aumento do preço do metro, que serviu de gatilho à expressão de insatisfação perante a fome e as desigualdades no Chile.

Aumento suspenso

O Presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou no sábado a suspensão do aumento dos preços do metro de Santiago do Chile. Ainda assim, o Exército considerou ser necessário instituir o estado de sítio.

O anúncio do recuo na medida foi feito a partir do Palácio La Moneda, sede do Governo.

O chefe da Defesa já anunciou que vai enviar, neste domingo, mais 1.500 soldados para controlar as ruas, aumentando para 9.441 o número de elemenros das Forças Armadas destacados na Região Metropolitana.

Durante dois dias, os protestos levaram a incêndios e danos graves em dezenas de estações de estações do metro, assim como em numerosos autocarros dos transportes públicos.

Os primeiros protestos contra a decisão de subida de preços decretada pelo Governo ocorreram de forma pacífica na segunda-feira, mas com o passar dos dias foram subindo de intensidade até se radicalizarem a partir de sexta-feira.

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