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Furtavam bens das malas. 23 funcionários da Groundforce vão a julgamento

18 out, 2019 - 09:24 • Lusa

Os objetos eram depois vendidos na internet ou a terceiros.Os arguidos escolhiam, preferencialmente, as aeronaves de longo curso que efetuavam escalas em Lisboa.

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Vinte e três funcionários da empresa Groundforce, que trabalhavam no Aeroporto de Lisboa até 2016, vão ser julgados por furto de centenas de objetos que passageiros transportavam nas bagagens, para posterior venda na internet e a terceiros.

O Ministério Público (MP) deduziu, inicialmente, acusação contra 25 arguidos, alguns dos quais requereram a abertura de instrução, mas o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa pronunciou (decidiu levar a julgamento) 24 dos arguidos nos termos da acusação do MP: 23 operadores de (handling) assistência em escala ao transporte aéreo e a companheira de um dos arguidos.

"Desde data não concretamente apurada até ao ano de 2016, os arguidos decidiram apoderar-se de bens que os passageiros transportavam nas bagagens, aquando do seu manuseamento, visando essencialmente artigos informáticos, computadores portáteis, 'ipods', 'ipads', telemóveis, artigos em ouro ou de bijuteria, vestuário, relógios, perfumes e outros bens de considerável valor, de fácil apropriação, ocultação e venda", refere a acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso.

Estes funcionários "utilizavam três métodos" para cometerem os furtos, consoante o local em que se encontravam: se se encontravam a transportar as bagagens dos passageiros para o porão dos aviões, se estavam a encaminhar as bagagens para os tapetes nos terminais de bagagem 'Partidas/Chegadas', ou quando as transportavam durante o percurso feito nos 'trolleys' (carros com contentores que transportam as bagagens) entre as aeronaves e os terminais, e vice-versa.

"Além disso, os arguidos escolhiam, preferencialmente, as aeronaves de longo curso que efetuavam escalas em Lisboa, para impedir que se apurasse em que aeroporto a subtração de bens e valores tinha ocorrido e, consequentemente, os seus autores. Ou então visavam as aeronaves cujos voos iniciavam o seu percurso no Aeroporto de Lisboa com destino a outros países, uma vez que os passageiros apenas verificariam as suas bagagens aquando da sua chegada ao destino", descreve a acusação.

Estes funcionários comunicavam entre si, telefonicamente ou através dos rádios que lhes estavam adstritos, para alertar para a presença de elementos da PSP do Aeroporto de Lisboa que se encontrassem a efetuar fiscalizações, "utilizando códigos de conversação próprios, apelidando tais agentes da autoridade como 'primos e tios'".

O julgamento estava previsto iniciar-se na terça-feira, mas foi adiado para março de 2020 devido à falta/indisponibilidade de salas do Campus da Justiça, em Lisboa.

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