17 out, 2019 - 10:54 • Marta Grosso com agências
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No dia em que a Turquia lançou a ofensiva no nordeste da Síria, e depois de Trump e Erdongan terem falado ao telefone, o chefe da Casa Branca escreveu ao homólogo turco e não se fez rogado nas palavras.
“Você não quer ser responsável pelo abate de milhares de pessoas e eu não quero ser responsável por destruir a economia turca – e serei”, avisa Donald Trump.
“Vamos trabalhar num bom acordo”, começa por apelar o Presidente norte-americano logo no início, para depois sentenciar: “A história olhará para si de forma favorável se fizer isto da maneira correta e humana. Mas o considerará para sempre como um diabo, se não acontecerem coisas boas”.
“Não seja duro. Não seja tolo!”, acrescenta no fim, dizendo ainda que ligará mais tarde.
A carta – desprovida de detalhes diplomáticos – foi divulgada por uma repórter da Fox Business no Twitter e está a ser considerada “bizarra” por vários órgãos de comunicação social.
Alguns questionam a sua legitimidade e outros classificam-na como "piada" e "vergonha".
A operação militar da Turquia na Síria começou no dia 9 de outubro. Desde então (oito dias), já provocou “mais de 300 mil deslocados”, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Muitos encontraram abrigo em áreas protegidas, outros dormem sob as estrelas, em pomares. Na província de Hassake, 40 escolas foram transformadas em abrigos.
A ofensiva turca tem como alvo áreas controladas pelos curdos no nordeste da Síria, após a retirada das forças americanas. Dezenas de civis, na sua maioria curdos, já foram mortos, mas o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, recusa interromper a ação militar.
Da comunidade internacional surgem constantes apelos ao fim da ofensiva e os apoios têm vindo a diminuir.