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Tomás Correia não sai "empurrado" do Montepio

17 out, 2019 - 10:54 • Ana Rodrigues

Bancário não é “condicionável por coisa nenhuma” e garante que o seu caminho é ele próprio que o traça.

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O antigo administrador da CGD e atual presidente da Mutualista Montepio garante que não sai na próxima reunião do Conselho Geral, agendada para dia 24 de outubro.

“Não, não estou a ser afastado. Dia 24 não saio de certeza absoluta”, garantiu aos jornalistas. O bancário sublinhou que não é “condicionável por coisa nenhuma”, garantindo que o seu caminho é ele próprio que o traça.

“Os senhores podem escrever, dizer, falar o que quiserem. Eu sou autónomo desde os meus 10 anos de idade, vivo com a minha própria capacidade e com o meu próprio discernimento”, afirmou Tomás Correia à margem da Jornada Internacional pela Erradicação da Pobreza, que decorreu no edifício da mutualista Montepio, em Lisboa.

No entanto, o bancário afirmou que a sua saída da mutualista terá de acontecer a “dada altura”, devido à idade. “É óbvio que eu por razões de idade, numa dada altura, hei de sair do Montepio, até porque já não tenho condições físicas e até intelectuais, se quiserem pensar assim, para poder continuar a assumir esta responsabilidade”, afirmou.

“É natural que alguém que vai a caminho dos 75 anos tenha caminhos diferentes para fazer", mas que só sairá "quando entender que é o momento, em boa ordem”, sublinhou.

O jornal “Público” escreve que a Autoridade de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensões (ASF) se prepara para chumbar os requisitos de idoneidade que permitiriam que Tomás Correia se mantivesse à frente da associação.

Tomás Correia saiu da liderança do Banco Montepio em 2015 por imposição do Banco de Portugal, que separou nessa altura a gestão do banco e da associação mutualista. O gestor tem defendido que tem condições para continuar à da associação e foi em coerência com essa posição que se candidatou às últimas eleições para a associação, em dezembro de 2018.

O gestor foi condenado ao pagamento de uma coima de 1,25 milhões de euros pelo Banco de Portugal por actos de má gestão entre 2009 e 2014, quando presidia ao Banco Montepio. Também sob investigação do Ministério Público por créditos concedidos ao construtor José Guilherme, o homem que alegadamente deu um presente de 14 milhões de euros a Ricardo Salgado, e também o terá presenteado com 1,5 milhões de euros.

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