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Proteção Civil propõe que bombeiros voltem a ser obrigados a usar cinto de segurança

16 out, 2019 - 07:32 • Celso Paiva Sol

Em causa está o número e a gravidade dos acidentes com viaturas de socorro.

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A constatação de que a estrada mata mais bombeiros do que os incêndios levou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil a criar um grupo de trabalho específico para analisar o problema.

“Nos últimos dez anos faleceram mais bombeiros decorrentes de acidentes rodoviários do que do combate a incêndios rurais. Estamos a falar de 15 bombeiros, 15 pessoas e 15 famílias que tiveram uma morte decorrente de acidentes rodoviários”, contabilizou Rui Ângelo, chefe da Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Autoridade de Proteção Civil.

Mesmo que 2019 não tenha ainda registado qualquer vítima mortal, só este ano já houve 83 acidentes com viaturas de bombeiros, dos quais resultaram 75 feridos, dois deles em estado grave.

Rui Ângelo explica que a velocidade inerente à função está na origem da maior parte destes sinistros.

“Sem dúvida que a marcha de urgência tem associada uma velocidade que pode ser superior à permitida por lei. No troço específico da estrada em que o veículo se encontra. No entanto, mesmo um veículo de bombeiros tem que adequar a sua velocidade ao piso, ao tipo de veículo, e às condições meteorológicas. Temos também a síndrome da sirene que é aquela noção de que em marcha de urgência nada nos irá acontecer, que todos os outros veículos nos semáforos param. Temos também a fadiga, e, numa percentagem muito menor, causas associadas a problemas mecânicos dos veículos”, descreve.

O grupo de trabalho, que começou a sua análise há um ano, inclui representantes do INEM, da Liga dos Bombeiros e da Escola Nacional de Bombeiros. Por enquanto, tem produzido material de sensibilização que tem sido enviado para todas as corporações do país, mas agora propõe-se ir além dos alertas e dos conselhos.

“Do ponto de vista técnico, esta equipa propõe que não exista nenhuma justificação para abrir exceções à utilização do cinto de segurança no decorrer das operações de proteção e socorro. Não serão os dois ou três segundos, que demora a colocar o cinto, que vão prejudicar a missão. E há a noção que temos da análise dos acidentes de que bombeiros não teriam morrido se o tivessem o colocado. Por isso, achamos que não deve ser aberta qualquer exceção à não utilização do cinto de segurança”, remata.

A proposta seguirá em breve para o Governo, na certeza de que a sua inclusão no Código da Estrada pode salvar muitas vidas.

Para já, todos os corpos de bombeiros do país vão receber um autocolante, que deve ser colocado em cada viatura, o qual sugere o uso obrigatório do cinto.

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  • Paulo
    17 out, 2019 Poeyalegre 17:51
    Bem o meu ponto de vista como já fui bombeiro n tenho síndroma nen coisa parecida parecevumabnedidacma pq demora algum tempo a retirar os cintos e alguns carros mais antigos de fogos n têm. Cinto vez vez de reciclar carros comprem novos em melhores condições vcs falam mas no terreno vcs n sabem se nd já agora eu tive q sair dos bombeiros pq n tinha horas por causa da vossa lei q pra mim fui parva a lei das 750 h mais uma q n vai dar certo de certeza absoluta já pensaram os carros mts antigos q rolam ainda ou transformados q n tem cinto de segurança e a minha questão
  • Andrade
    16 out, 2019 Almada 16:54
    Srs. Que falam bem, mas deviam falar numa legislação para quem transforma carros normais em carros para bombeiros, que deviam ser feitos de origem e não tranformados. Desenhados equipados,carregados e sem fiscalização. Os síndromes que estes srs. deviam falar são, transformação de carrinhas e camiões utilizados para carga em carros de bombeiros, é só pintar de vermelho por umas luzes a piscar umas ferramentas da marca que dá mais margem de lucro e já está; síndrome como um bombeiro se equipa com dentro de um recinto de guarnição que mal lá cabem com um cinto de segurança colocado ; síndrome nos centros de IPOs que fecham os olhos aos carros vermelhos de socorro, com medo de lá sair um grande cliente. Síndrome de os outros condutores para com Bombeiros. E os testes a essas viaturas são feitos pelos Bombeiros mas é nas suas saídas diárias de socorro. Estes srs. Vejam como são montados os veículos de socorro em França, Alemanha, Áustria e para um futuro mais seguro espreitem a construção de raiz de carros de Bombeiros nos Estados Unidos e tenham coragem de trazer de lá o número de acidentes com carros de Bombeiros e os mortos. Não olhem para os Bombeiros como números e fonte de rendimentos . RESPEITEM OS BOMBEIROS

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