16 out, 2019 • Marta Grosso , Paulo Teixeira (sonorização)
Há umas semanas, falámos aqui de um empresário que decidiu aumentar o salário dos seus trabalhadores para cerca de 4 mil euros por mês. Baseou-se num estudo norte-americano, segundo o qual as necessidades básicas da felicidade estão nos 70 mil euros por ano (cerca de cinco mil euros por mês).
Ora, olhando para os gastos médios dos portugueses em 2017, tudo indica que o estudo está certo. A média de salários é que parece estar desfasada…
Só em alimentação, bebidas e tabaco a despesa média naquele ano foi de quase 6.500 euros (540 por mês). Em restaurantes e hotéis, foi de pouco mais de 4.200 euros – dá 350 euros por mês.
Juntando os dois valores, dá 890 euros por mês. Mas, além de comer, uma pessoa precisa de se vestir. Em 2017, segundo a Pordata, as famílias portuguesas gastaram pouco mais de 2 mil euros neste item (166 euros/mês).
Juntando aos 800 de há pouco, chegamos aos 966 euros. Mas ainda falta a água, a luz e a renda da casa. Em 2017, o gasto com este tipo de despesa foi 5.770 euros – 480 euros por mês.
Voltando à conta mensal, já vamos em 1.446 euros.
Ora, de acordo com a mesma base de dados, a remuneração base média de um trabalhador por conta de outrem, em 2017, foi de 943 euros. Mas há um outro item com outro valor: o ganho médio. Aqui o número sobe aos 1.133. Ainda assim, inferior aos 1.446 euros das nossas contas.
Já agora, o gasto com educação foi de 500 euros no mesmo ano. Pouco mais de 40 euros por mês.