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Melhor economia? Centrais sindicais exigem melhores salários

16 out, 2019 - 14:48 • Redação

CGTP e UGT reagem bem, mas com cautela, à previsão de maior crescimento da economia portuguesa avançada pelo Governo.

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O secretário-geral da CGTP pede aumentos salariais e alterações à legislação laboral ao novo Governo. É a reação de Arménio Carlos à previsão de 0,1% para o défice, apresentada pelo Governo para o plano orçamental de 2020.

“Creio que confirma, desde logo, duas coisas: a primeira é que uma ligeira devolução de rendimentos aos trabalhadores e aos reformados contribuíram decisivamente para melhorar a economia e o seu crescimento. Segundo lugar, que, perante isto, naturalmente que no próximo Orçamento o Governo não pode deixar de ter em consideração o combate ao modelo de baixos salários e trabalho precário”, afirmou aos jornalistas no final da reunião de concertação social, que decorreu nesta quarta-feira de manhã, em Lisboa.

Arménio Carlos acusa o Governo de dizer que quer acabar com a precariedade, “mas depois mantém com a legislação do trabalho que entretanto aprovou”.

No que toca aos salários, o líder da central quer que o Governo avance “com objetivos concretos e, sobretudo, com uma finalidade que é melhorar o rendimento dos trabalhadores. Porque a melhoria do rendimento dos trabalhadores pelo aumento geral dos salários contribui decisivamente para a criação de mais emprego, para a dinamização da economia e para a sustentabilidade financeira da Segurança Social”.

Do lado da UGT, a revisão salarial também é uma prioridade. À saída da concertação social, Paula Bernardo adiantou que as primeiras discussões com a nova ministra do Trabalho vão ser em torno da política de rendimentos.

“Obviamente que uma matéria prioritária para a UGT será o arranque, o mais rápido possível, da discussão sobre a política de rendimentos, incluindo a questão do salário mínimo”, afirmou aos jornalistas.

Olhando para aquilo que foram os últimos anos, é fundamental que a discussão do salário mínimo possa ocorrer. Este foi um desafio lançado pelo primeiro-ministro há uns meses, que a UGT acolheu. Entendemos que é essencial que a concertação social se pronuncie sobre uma política de rendimentos de forma mais alargada”, reforçou.

Além disso, será para dar continuidade a “matérias que se encontram em curso já no âmbito da concertação social, nomeadamente matérias como a conciliação da vida pessoal, profissional e familiar”, acrescentou Paula Bernardo.

Esta quarta-feira, o Ministério das Finanças anunciou ter melhorado em uma décima a previsão do défice orçamental para este ano, para 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), esperando agora que a economia cresça 2% para o ano.

Foi este o esboço orçamental para 2020 enviado a Bruxelas, segundo o qual o Governo "mantém a projeção de 1,9% para o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019" e "prevê uma ligeira aceleração do crescimento do PIB para 2%" para 2020.

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