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Ministério da Educação nega “falta sistémica” de professores

15 out, 2019 - 11:00 • Lusa

Blogue diz que a falta é mais notória nos distritos de Lisboa, Setúbal e Faro e os grupos de recrutamento mais problemáticos são Informática, Geografia, Educação Moral e Religiosa Católica.

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Milhares de alunos continuam sem professores um mês depois de as aulas terem começado e o Ministério da Educação diz não ter sido informado de qualquer "situação anómala ou de uma falta sistémica de docentes".

Ainda existem mais de mil horários nas escolas sem professores atribuídos, o que significa cerca de duas mil turmas sem docente, segundo um levantamento feito pelo blogue do professor Arlindo Ferreira, especialista em estatísticas da educação, que teve por base os resultados dos concursos de contratação de escola.

Um mês depois do arranque do ano letivo, há milhares de alunos que continuam sem ter aulas a uma determinada disciplina ou a mais do que uma, à semelhança do que já aconteceu no passado.

Em declarações à Lusa, o gabinete de imprensa do Ministério da Educação disse que "não tem reporte de qualquer situação anómala ou de uma falta sistémica de docentes. Também, tal como nos últimos anos, as reservas de recrutamento e, por conseguinte, o fluxo de substituições e preenchimento de vagas acontece semanalmente".

A falta de professores é mais notória nos distritos de Lisboa, Setúbal e Faro e os grupos de recrutamento mais problemáticos são Informática, Geografia, Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), segundo o blogue do professor Arlindo Ferreira.

Durante os processos de contratação, alguns diretores foram informados pelos professores que iriam recusar o lugar porque não era economicamente viável tendo em conta os elevados preços do mercado de arrendamento.

Para o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas (ANDAEP), Filinto Lima, a solução poderia passar pela criação de uma espécie de subsídio de alojamento para os docentes deslocados.

Já a Federação Nacional de Educação (FNE) defendeu, no roteiro para a legislatura 2019/2023, a atribuição de residências para docentes deslocados a mais de 100 km do seu domícilio.

A Lusa questionou o ME sobre a hipótese de avançar com alguma destas propostas para minorar o problema mas não obteve qualquer resposta.

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