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Operação "Rota do Cabo"

Megaoperação da PJ desmantela rede de auxílio à imigração ilegal

15 out, 2019 - 09:05 • Redação

Foram detidos funcionários das Finanças, do SEF e da Segurança Social. A organização criminosa é suspeita da introdução ilegal de milhares de imigrantes em Portugal e na Europa.

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A Polícia Judiciária lançou esta terça-feira de manhã "uma vasta operação" para desmantelar uma rede de auxílio à imigração ilegal, que será "responsável pela introdução ilegal, em Portugal e na Europa, de milhares de imigrantes".

"Entre os detidos encontram-se funcionários da Autoridade Tributária, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e do Instituto da Segurança Social", acrescenta a nota da Judiciária enviada à redação. A Renascença sabe que as autoridades tinham pelo menos 20 mandados de detenção no âmbito da operação "Rota do Cabo".

"Os detidos, com idades compreendidas entre os 28 e os 64 anos, são suspeitos da prática dos crimes de associação criminosa, auxílio à imigração ilegal, de casamento por conveniência, de falsificação de documentos, de abuso de poder, de corrupção ativa e passiva, de branqueamento, de falsidade informática e acesso indevido, atividade criminosa que permitiu obter elevados proventos financeiros", revela ainda a PJ.

A judiciária levou a cabo dezenas de buscas e deteve dezenas de pessoas suspeitas de integrarem esta “estrutura criminosa, constituída por indivíduos com vastos antecedentes criminais e com ligações a redes internacionais que determinam e controlam os fluxos migratórios irregulares com origem em diversos países da Ásia Meridional e África”.

Ao que tudo indica, o esquema estava montado desde 2015. O grupo suspeito criava empresas fantasma para gerar contratos de trabalho, também fictícios, para os imigrantes; depois pagava a funcionários para acelerar a obtenção dos necessários números de contribuinte e de Segurança Social. Já no SEF tinham a garantia da celeridade das autorizações de residência.

Uma nota oficial do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras confirma a detenção de uma funcionária, acrescentando que esta “já tinha sido constituída arguida no âmbito de um processo crime instaurado pelo SEF e alvo de um processo disciplinar comum, devido aos fortes indícios da prática dos crimes de corrupção passiva, abuso de poder e falsificação de documentos”.

Também a Segurança Social já se pronunciou sobre esta operação. Em comunicado, garante que "tem vindo a prestar toda a colaboração à Polícia Judiciária, mantendo uma articulação permanente com as autoridades policiais, visando o desmantelamento de uma associação criminosa dedicada à legalização de imigrantes".

A mesma nota refere que "as ações conduzidas no âmbito da Segurança Social visaram dois funcionários".

"O Instituto da Segurança Social, IP assegura que continuará empenhado no combate a práticas ilícitas que não estejam alinhadas com o seu Código de Ética ou que violem as normas que enquadram o cumprimento dos princípios e deveres que regem a atividade administrativa, continuando a trabalhar em articulação com as entidades competentes", sublinha o mesmo texto.


[notícia atualizada às 11h55]

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