15 out, 2019 - 07:28 • Redação com Lusa
Momentos de tensão marcam a ida algumas às urnas nalgumas mesas de voto em Moçambique. Em dia de eleições gerais a polícia destacou um forte contingente para que tudo corra da melhor forma, depois de uma campanha eleitoral marcada por violência e por denuncias de fraudes.
A votação decorre em todo o país das 7h00 até às 18h00 (menos uma hora em Lisboa), sendo que cada mesa de voto só encerra quando for atendida a última pessoa que àquela hora estiver na fila para votar.
Haverá 20.162 mesas de voto em território moçambicano, mais 407 no estrangeiro.
Um total de 13,1 milhões de eleitores moçambicanos são chamados a escolher o Presidente da República, 250 deputados do parlamento e, pela primeira vez, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.
As sextas eleições gerais contam com quatro candidatos presidenciais. Entre eles está o atual Presidente da República, Filipe Nyusi (Frente de Libertação de Moçambique – Frelimo), que concorre a um segundo mandato; o novo líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade; o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, e o candidato do partido extraparlamentar Ação do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino, este último com uma campanha limitada a alguns pontos de Nampula, província do Norte.
Filipe Nyusi já votou e apelou à serenidade. “Uma das formas que Moçambique decidiu foi pela paz: significa a cultura da não violência dos moçambicanos para a vida. Eu exerci e queria apelar aos meus compatriotas para com a mesma serenidade e consciência fluírem”.
Às eleições legislativas e provinciais apresentaram-se 26 partidos, mas só os três partidos com assento parlamentar no país (Frelimo, Renamo e MDM) concorrem nos 11 círculos eleitorais do território nacional, que se estende por 2.000 quilómetros, mais dois círculos da diáspora (África e resto do mundo).
A eleição dos governadores provinciais é uma velha aspiração da Renamo (principal partido da oposição), para tentar chegar ao poder nas regiões, e decorre da aprovação de um novo pacote de descentralização, no âmbito das negociações para o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo, assinado no dia 06 de agosto entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade.
Como em ocasiões anteriores, também este ano a violência marcou a campanha eleitoral, tendo sido registado pela Polícia da República de Moçambique (PRM), até esta segunda-feira, um total de 19 mortes. No entanto, organizações apontam para cerca de 40 mortes entre acidentes de viação, confrontos e ataques envolvendo membros de diferentes partidos ou pessoas ligadas ao processo eleitoral.
A Comissão Nacional de Eleições anunciou já ter credenciado cerca de 19 mil observadores, havendo ainda pedidos pendentes.