15 out, 2019 - 12:45
Domingos Paciência, antigo ponta de lança da seleção nacional, considera uma proeza extraordinária a maca atingida pelo capitão da seleção nacional, na Ucrânia. Com o golo apontado, Cristiano chegou aos 700 somando os golos marcados no Sporting, Manchester United, Real Madrid, Juventus e seleção nacional.
Pela seleção já soma 95 e está mais perto de Al Daei que marcou 109 pelo Irão e lidera a tabela dos melhores marcadores de sempre por seleções.
Em entrevista a Bola Branca, Domingos Paciência prevê que essa marca será batida e felicita Cristiano Ronaldo pelos 700 golos alcançados ontem como futebolista profissional.
“700 golos é extraordinário. É impressionante o que Cristiano acabou de conseguir. Trata-se do melhor jogador do mundo que mostra uma grande ambição em todos os jogos e procura constantemente recordes e sucesso. Vai continuar a mostrar que consegue fazer mais e melhor e acredito que vai alcançar e superar Al Daei”, começa por dizer.
Cristiano marcou mas a seleção falhou
Cristiano chegou aos 700 golos com o penálti apontado ontem na Ucrânia, mas Portugal perdeu o jogo e falhou o objetivo de ser primeiro classificado do Grupo B de qualificação para o Europeu de 2020. Domingos Paciência acha que a Ucrânia venceu com justiça.
“Portugal falhou porque não ganhou. Esperava-se uma melhor exibição principalmente na forma como entrou no jogo que não correu bem. A Ucrânia teve mérito por conseguir ter bola e condicionar Portugal. Os ucranianos conseguiram que as individualidades da equipa portuguesa não tivessem inspirados e não criassem desequilíbrios. E os golos também marcaram o jogo”, analisa.
Mesmo a jogar em superioridade numérica nos últimos 20 minutos por expulsão de Stepanenko no lance do penálti, a equipa portuguesa não encontrou a chave para inverter o resultado do jogo. “Na segunda parte, Portugal poderia ter empatado quando passou a jogar com mais uma unidade mas a equipa teve mais coração do que cabeça e a Ucrânia acaba por ser uma justa vencedora”, conclui Domingos Paciência.
Numa análise mais detalhada ao comportamento da equipa portuguesa, Domingos Paciência deteta problemas embora compreenda a ideia do selecionador com as duas alterações produzidas de início com a entrada para o onze de João Mário e Gonçalo Guedes.
“É natural que se possa dizer que as duas alterações não tenham resultado. João Félix com o Luxemburgo não esteve em evidência, enquanto Bruno Fernandes esteve melhor. Fernando Santos explicou as opções de João Mário por estar mais fresco e Gonçalo Guedes para tentar criar mais desequilíbrios no corredor, mas isso não se verificou na primeira parte. Nessa fase, Portugal andou mais atrás da bola e quando assim é torna-se complicado para quem entrou de novo na equipa”, argumenta.
Portugal irá qualificar-se para o Europeu
Apesar da derrota, a equipa portuguesa continua a depender de si própria para se qualificar para o Europeu de 2020. Ganhando os dois jogos que restam frente á Lituânia e Luxemburgo, Portugal garante o segundo lugar, sem depender dos resultados da Sérvia.
Fernando Santos garantiu após o jogo de Kiev que Portugal vai estar no Europeu. Domingos Paciência subscreve as palavras do selecionador. “Partilho da mensagem de Fernando Santos. A ambição e otimismo tem de ser grande porque Lituânia e Luxemburgo estão ao alcance de Portugal. Se a seleção nacional estiver ao nível da qualidade e talento que a equipa tem, vai ganhar esses dois jogos e estar presente na fase final do Europeu”, antevê o treinador.
Domingos Paciência, de 50 anos, é treinador de futebol e como jogador foi na década de 90, 34 vezes internacional, marcando 9 golos pela equipa das quinas.