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​ENTREVISTA RENASCENÇA/ECCLESIA

Há cada vez mais estrangeiros a fazer os "Caminhos de Fátima"

11 out, 2019 - 07:00 • Ângela Roque (Renascença) e Octávio Carmo (Agência Ecclesia)

Presidente do Centro Nacional de Cultura (CNC) alerta para a importância dos peregrinos optarem por trilhos na natureza, longe dos perigos da estrada. Maria Calado confirma que a segurança foi um dos princípios que norteou a elaboração dos novos Roteiros do ‘Caminho do Norte’, do ‘Caminho da Nazaré’ e do ‘Caminho do Tejo’, que também ajudam a conhecer melhor a História do país.

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Entrevista a Maria Calado, presidente do Centro Nacional de Cultura (11/10/2019)

Maria Calado é a presidente da direção do Centro Nacional de Cultura (CNC), uma associação com 1.300 sócios e que se prepara para celebrar, em 2020, 75 anos de existência. Na proximidade do 13 de outubro, Dia Nacional do Peregrino, e da última peregrinação internacional aniversária deste ano à Cova da Iria, conversou com a Renascença e com a agência Ecclesia sobre os novos Roteiros que o CNC lançou, com informação atualizada sobre os caminhos mais usados por quem vai a pé a Fátima (o do Norte, o do Tejo, e o da Nazaré). E fala do papel da instituição na defesa do património cultural e na divulgação da cultura portuguesa no mundo.

O CNC lançou recentemente os novos roteiros dos ‘Caminhos de Fátima’. Estava na altura atualizar a informação disponível sobre estes itinerários que são usados pelos peregrinos?

Sim, estava na altura de o fazer. Nós começámos este projeto em 1996, lançado pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles e a então presidente Helena Vaz da Silva, procurando constituir itinerários que levassem a Fátima através de percursos de natureza, de cultura, como deve ser um verdadeiro itinerário cultural e espiritual. Produzimos um primeiro guia sobre o ‘Caminho do Tejo’ e estava, de facto, na altura de atualizar, até porque o projeto se foi desenvolvendo muitíssimo. Neste momento temos vários caminhos já identificados e aprovados.

Os que publicaram agora são três.

São o ‘Caminho do Tejo’, que vai de Lisboa para Fátima; o ‘Caminho da Nazaré’, que une dois grandes santuários marianos, Nazaré e Fátima; e o’ Caminho do Norte’, que percorre todo o território desde o rio Minho, desde Valença até Fátima. Temos mais alguns caminhos a ser tratados e já utilizados, como o ‘Caminho do Mar’, que vai de Cascais. Estes três foram agora tratados do ponto de vista dos conteúdos, de roteiros temáticos, jornadas temáticas, informações, e para além destas edições há o site Caminhos de Fátima, onde está toda esta informação desenvolvida, mais estruturada e com mapas georreferenciados.

E que já pode ser consultado?

Pode ser consultado, e não apenas nos três idiomas dos roteiros - português, inglês e espanhol - mas também em francês, e dentro de alguns dias também em alemão e em italiano.

"Estava na altura atualizar a informação disponível sobre estes itinerários. Neste momento temos vários caminhos já identificados e aprovados"

Nestes Roteiros há um cruzamento entre os caminhos de Fátima e os de Santiago, sobretudo no ‘Caminho do Norte’.

É verdade.

De que forma é que estas duas realidades se podem potenciar?

Nós aprendemos muito com os caminhos de Santiago, até porque o Centro Nacional de Cultura foi, logo no início, membro do Comité Científico, e conseguimos aprender com aquele desenvolvimento do caminho, na sua fase moderna, porque sempre foi um caminho histórico.

O ‘Caminho de Santiago’ tem regras de percurso, que nós não temos, porque Fátima começa com o automóvel e, portanto, o nosso dever é tentar afastar o mais possível das grandes vias de circulação e criar itinerários alternativos.

No meio da natureza, sobretudo?

No meio da natureza, das pequenas aldeias, conhecendo o país, a realidade, tendo de facto um ambiente para peregrinar, que é uma relação consigo próprio, com o mundo que o rodeia, e isso tem de ser com condições que nós criamos. E, de facto, o ‘Caminho de Santiago’ tem essas características e, sempre que podemos, fazemos coincidir os itinerários: no caso do ‘Caminho do Norte’ bastante, uma parte do ‘Caminho do Tejo’ também, e será assim em grande parte dos ‘Caminhos do Sul’, que vierem a ser identificados, já aproveitando esta experiência.

Há muitos peregrinos estrangeiros que nos contactam. Nós fomos agora para o italiano, por exemplo, porque – para além do inglês, que é uma língua universal, e do espanhol, que é uma língua vizinha, e tem essa relação com estes itinerários que se aproximam – percebemos que há muitos italianos que estão habituados a vir fazer o ‘Caminho de Santiago’ e outras vias, antigos caminhos, como a Via Francígena, que atravessa toda a Itália e vem das ilhas britânicas, e tem ramificações em vários contextos. Há também uma Via franciscana na Itália, portanto há muito essa tradição e há um interesse enorme em fazer este percurso.

Há um interesse crescente por parte de estrangeiros pelos ‘Caminhos de Fátima’?

Estrangeiros, peregrinos que querem fazer o caminho a pé. Isso é muito interessante: querem fazê-lo todo ou só uma parte. Com esta informação podem fazer as suas escolhas, se não conseguirem fazer as 17 jornadas do ‘Caminho do Norte’ podem fazer cinco ou seis, e no ano seguinte fazer mais. Há experiências muito interessantes que nos chegam e esta era uma resposta que fazia falta.

Quem fizer os ‘Caminhos’, seguindo os Roteiros, fica a conhecer muito da História do país?

É, praticamente. Por exemplo, o ‘Caminho do Norte’ é uma grande parte que se fica a conhecer do território português e da História. Porque os caminhos, em si mesmo, são temáticos. Procurámos concebê-los como verdadeiros itinerários culturais: têm um conceito, têm um tema; depois têm jornadas, que são os quilómetros aconselháveis para percorrer um dia, de acordo com as condições de altitude, de dificuldade, etc. Todas as jornadas terem um tema, leva a conhecer a própria realidade do país, não são apenas orientações práticas.

O ‘Caminho do Tejo’ chama-se assim porque começa no estuário do Tejo, mas todo ele, até Fátima, está relacionado com esta grande via de comunicação que faz parte da memória, da geografia e da história do país. De Santarém até à Serra d’Aire é exatamente aquele percurso que fazia a ligação, desde épocas ancestrais, entre o Tejo e o Litoral, há aí essa relação.

O ‘Caminho da Nazaré’ também não nos pareceu que pudesse ter outro título, porque a Nazaré era o grande santuário mariano da zona centro de Portugal antes de Fátima, e tem a particularidade de ser um finisterra, de ser antigo, e também de fazer um percurso por algumas outras Igrejas e santuários marianos.

Cada um destes dias de caminhada também tem um tema, uma referência orientadora. No Tejo, o primeiro é o estuário, no segundo dia os esteiros e valadas, portanto, o percurso em que se vai conhecendo a margem do Tejo e passando os esteiros. Depois, no coração da lezíria. No interior é à sombra das oliveiras, a paisagem começa a mudar antes de entrar nas Serras d’Aire e Candeeiros, sobretudo na Serra d’Aire, onde se enquadra Fátima.

Na Nazaré passa-se pelos antigos coutos de Alcobaça, as antigas terras de Cister, e a passagem para a Serra d’Aire é aqui marcante. O do Norte, que são 17 jornadas, tem temas relacionados com a História, com o território, com a memória, por terras do Alto Minho, para começar, as igrejas e solares do verde Lima. E vai tendo vários títulos que correspondem à identidade daquele troço que se percorre e que se aconselha a conhecer.

Começamos, sempre que possível, junto de um lugar emblemático, e terminamos num espaço importante, próximo de uma igreja, porque sendo um itinerário cultural e religioso valorizamos essa coincidência. Não é só para ir a um sítio agradável e funcional, tem de ser também próximo daquilo que o peregrino faz no seu percurso, ou do que o turista quer conhecer.

"Há muitos peregrinos estrangeiros que nos contactam, que querem fazer o caminho a pé"

Mas, a dimensão religiosa é muito valorizada neste trabalho?

É muito valorizada.

Este projeto foi apoiado pelo Turismo de Portugal e pelo Santuário de Fátima. Já tiveram reações aos novos Roteiros?

Já. O Santuário é um parceiro de sempre, e o Turismo de Portugal também, e uma relação que se foi intensificando. Fizemos uma candidatura a um dos programas que existem e, dentro dessa candidatura aprovada, desenvolvemos este projeto, que se traduz não apenas nestes pequenos livros, que nos acompanham em viagem, mas também em sites, incluindo o ‘Caminhos da Fé’, do Turismo de Portugal, que tem uma dimensão mais abrangente. Temos tido um bom feedback, chegam-nos vários pedidos de informação, e os roteiros estão a ser distribuídos amplamente.

Para quem estiver interessado, onde é que os Roteiros podem ser adquiridos?

Fizemos uma ampla distribuição através das entidades regionais de Turismo (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo). O Centro Nacional de Cultura tem e, se nos contactarem, encontramos maneira de os enviar, já temos enviado vários para várias localidades. Essas informações estão todas no site Caminhos de Fátima. O que é interessante é que o site também permite ter acesso ao conteúdo pleno de cada um dos Roteiros, através de PDF, podem folhear, abrir, e utilizar toda a informação. Eles têm tido uma saída enorme e estamos quase a chegar ao fim da edição. Veremos depois o que vamos fazer.

Há uma ligação forte do CNC a Fátima, já que a ideia de criação do Centro Nacional de Cultura nasceu depois de uma peregrinação ao Santuário, a 13 de maio de 1945, tinha a II Guerra Mundial acabado há poucos dias. Nessa altura sentiu-se a necessidade de se criar um espaço de reflexão, um ‘clube de intelectuais, para debater ideias. Nos dias de hoje continua a cumprir esse objetivo de promover a reflexão e o debate?

Eu penso que sim, continua, é um espaço de reflexão, de debate, de encontro. Claro que se foi reformulado e ampliando na sua missão, sempre mantendo a coerência. No início havia o objetivo de fazer a ligação internacional, era essa a aspiração, fazer uma ligação permanente aos intelectuais europeus - na altura, sobretudo, aos intelectuais da cultura francesa. Isso não foi tão rápido como se desejava, mas foi muito importante.

Depois houve aquele grande ciclo dos anos 60, com a presidência de Sophia de Mello Breyner, Francisco Sousa Tavares e António Alçada Batista. É o período dos católicos progressistas, com a importância que tem a Cultura, e com uma verdadeira dimensão internacional. Recebeu, por exemplo, a Sociedade Portuguesa de Escritores, quando ela é extinta, e foi recolhida no Centro: é muito a nossa missão, acolher, desenvolver projetos – que hoje nos parecem tão inocentes, mas que na altura não foram nada fáceis de desenvolver.

Há também essa relação com a revista 'O Tempo e o Modo', de António Alçada Batista, que foi tão importante, e no local onde foi a Editora Moraes temos hoje o nosso 'Café no Chiado', procuramos assumir essas memórias. A partir do 25 de abril de 74, naturalmente, a dimensão política imediata era a menos importante. Viramo-nos para esta nova dimensão de comunicação da Cultura, os itinerários culturais, as parcerias internacionais. Temos um conjunto de vários projetos.

A defesa do património cultural português, a divulgação do papel da cultura portuguesa no mundo e a relação com outras culturas são objetivos do CNC, que tem feito isso através de exposições, de publicações, de cursos de formação, de viagens de estudo de âmbito cultural e de colóquios. Quais são as iniciativas que atraem mais público?

As iniciativas com sócios são muito específicas e têm sempre um interesse enorme, como os passeios regulares, a que chamamos 'Passeios de Domingo', inspirados no livro de José Régio, mas que são durante a semana, ao sábado ou ao domingo. Temos uma grande viagem anual dos ‘Portugueses ao Encontro da sua História’, sempre a um lugar no mundo onde a cultura portuguesa esteve e está presente. Não é apenas ver o passado, é ir ao encontro das nossas memórias, da cultura dos outros, no passado e no presente, é isso que nos move.

Todos os anos organizamos um grande encontro de escritores americanos com escritores portugueses, o ‘Disquiet’, um título inspirado no Fernando Pessoa (‘Desassossego’), com uma organização americana. Este ano foram 110 escritores americanos, que trabalharam de manhã nos seus temas, e à tarde tiveram workshops com escritores portugueses.

Temos o 'Prémio Helena Vaz da Silva', que é um prémio anual de comunicação da cultura e do património, e que este ano vai ser atribuído a Fabiola Gianotti, diretora do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear). O prémio já tem sido dado a grandes figuras, mas é a primeira vez que é entregue a uma mulher e cientista.

Estamos, também, com a gestão do programa do centenário da Sophia de Mello Breyner, que é uma figura que nos é muito cara, e com a edição das obras do Eduardo Lourenço, cujo site oficial também gerimos. Temos vindo a fazer uma aposta muito grande nos novos processos de comunicação.

Já estão muito presentes na internet, e de várias formas.

Exatamente. Temos o nosso site institucional, o www.e-cultura.pt, com uma agenda, e acabámos de abrir o www.e-chiado.pt , dedicado ao património e à cultura do Chiado, já com agenda e que terá também conteúdos fixos.

E mantêm o blogue ‘Raiz e Utopia’.

Mantemos o blogue (e-cultura.blogs.sapo.pt), com vários temas, onde os teatros têm sempre uma importância grande.

E com publicações diárias de vários autores sobre espetáculos, livros…

São muito ativos no blogue, o doutor Duarte Ivo Cruz, o doutor Guilherme d’Oliveira Martins, membro da nossa direção. Trabalhamos também bastante com escolas e municípios, e temos desenvolvido uma área a que chamamos ‘cultura solidária’.

Está a referir-se à atribuição de bolsas?

Bolsas também, como a ‘Bolsa Lusofonia’ e a ‘Bolsa Jovens Criadores’, mas cultura solidária é sobretudo trabalhar com pessoas que têm alguma necessidade especial, podem ser cegos ou surdos.

Os ‘Passeios de Domingo’ já foram abertos à participação de jovens e adultos com deficiência visual e auditiva.

Os nossos passeios são abertos, e isso é muito importante, porque é útil para todos, porque aprendemos a ver de outro modo. É muito interessante ir ver um momento e perceber pelo toque qual é o tipo de pedra ou de madeira, se é madeira exótica que veio do Brasil no século XVIII, ou se é madeira de cerejeira, nogueira, aqui do continente, porque tem uma temperatura diferente. Isso é extraordinário. Nós não temos só o olhar. Temos vários sentidos e temos que nos habituar a conhecer o mundo e a interagir com os outros através dos vários sentidos.

Referir ainda que valorizamos muito a dimensão da participação cívica, e somos os representantes oficiais em Portugal da ‘Europa Nostra’, que é a maior rede de associações de cidadãos europeus. Depois procuramos sempre dar o nosso contributo em parceria com várias programas públicos, ministérios, municípios, com os nossos sócios e mecenas privados, e participando em vários órgãos, como o Conselho da UNESCO, até ao Conselho Nacional de Educação.

O Centro Nacional de Cultura tem neste momento dois cardeais como sócios, D. Manuel Clemente e D. José Tolentino Mendonça.

O que é uma honra para nós! Pessoalmente é uma honra, porque ainda por cima D. Manuel Clemente foi meu colega de curso na Faculdade de Letras. Mas, é uma honra termos duas figuras de grande referência, não só na Igreja, mas que têm importância na liderança mundial, no exemplo que representam, na competência.

São ambos sócios há muitos anos. São sócios ativos?

D. José Tolentino é um sócio ativo, sempre. Mesmo agora continuamos a pedir-lhe coisas e é extraordinária a sua capacidade. Penso que é uma honra, porque ele verdadeiramente atua no campo da cultura e da criação artística e literária. D. Manuel Clemente agora pode menos, mas foi sócio ativo e sempre que pode e sempre que é preciso estamos em contacto.

Penso que é um prestígio para o CNC, desculpem a imodéstia, mas é uma honra para nós.

Qualquer pessoa pode ser sócia do Centro Nacional de Cultura?

Qualquer pessoa pode ser sócia. Temos vários níveis de sócios, segundo os estatutos de 1952. Temos uns períodos de inscrição, ao longo do ano, mas não somos sequer muito rígidos nisso. Há um conjunto mais reduzido de sócios efetivos, que são os que podem participar diretamente nos órgãos de gestão da instituição, depois há os sócios honorários, que além de personalidades são também entidades, como o Santuário de Fátima, pela importância que tem na matriz da nossa cultura, porque - e valorizamos muito isso nos roteiros – também é um espaço de arte...

E de arte ao ar livre.

É um museu de arte público. É extraordinário. No fim de cada roteiro há essa referência ao Santuário de Fátima como lugar de fé e espaço de arte. É importante que a arte entre nas nossas vidas. Desde o final dos anos 20 e 30, quando o Santuário começou a ser construído, houve sempre encomendas a artistas de qualidade, até à contemporaneidade, e podemos ir fazer ali um percurso de história de arte em Portugal, e não só, do século XX e XXI, com grandes artistas de referência.

Estou a lembrar-me, se formos aos mais contemporâneos, desde o célebre presépio do José Aurélio, a Siza Vieira, a Clara Meneres, que recentemente nos deixou, a José Rodrigues, nas pequenas Capelas do Francisco e da Jacinta, com duas obras notáveis, e muitas outras, de Leopoldo de Almeida, Eduardo Nery, tantos outros artistas e com aquela diversidade, desde os vitrais às esculturas, à pintura, aos relevos. É, de facto, um espaço de arte, e é importante, porque a arte comunica-nos a beleza, às vezes de uma forma muito simples. É importante que as pessoas que vão a Fátima se lembrem que estão num espaço de beleza, e que podem conhecer ainda mais, e visitar.

Voltando à questão dos sócios. Chegar a mais jovens tem sido uma preocupação vossa?

Tem sido, e tem havido essa renovação (de gerações). Os jovens não pagam joia, por exemplo. Temos também alguns programas para avós e netos, mas há sobretudo uma camada mais jovem, de muitos técnicos, professores, pessoas de várias áreas profissionais, que têm vindo a mudar um bocadinho o perfil do sócio do CNC, o que é muito positivo, porque são novas sugestões, novos temas, novos interesses.

2020 vai ser um ano especial, assinalam-se os 75 anos do Centro Nacional de Cultura. O que é que já estão a preparar em termos de comemoração?

Vai haver uma figura central, que é Gonçalo Ribeiro Telles, sócio dos primeiros corpos gerentes. É o nosso sócio fundador vivo, presidente da mesa da assembleia-geral, uma inspiração para todos nós e um ativista cultural, em todos os sentidos. Vamos abordar também o tema das mulheres do Centro Nacional de Cultura, porque elas tiveram uma importância muito grande, desde Sarah Affonso a Sophia de Mello Breyner, Helena Cidade Moura, Helena Vaz da Silva. E estou a falar nas que tiveram cargos diretivos.

Não vamos criar muitas coisas novas, mas vamos consolidar muitos dos projetos existentes e abri-los mais a novas dimensões. Vamos ter novos itinerários culturais, na área literária, por exemplo. O tema dos itinerários culturais é qualquer coisa que faz parte da nossa identidade, porque quando vamos a um local vamos sempre com um tema, e um mesmo local pode ser visto com diversos olhares e nunca fica esgotado. Vamos trabalhar bastante neste domínio dos itinerários.

Iremos editar obras, serigrafias ligadas aos roteiros de viagem, ao ciclo ‘Portugueses ao Encontro da sua História', em que há sempre um diário de viagem por um escritor e por um artista plástico. Geralmente são artistas nossos sócios, portanto temos muito por onde escolher. Vamos aperfeiçoar mais as nossas plataformas de comunicação, como o site dedicado ao António Alçada Batista, que vai ser bastante desenvolvido, e vamos ampliar o site dos ‘Caminhos de Fátima’.

Havemos de ter também uma gala, um momento festivo, mas isso a seu tempo será divulgado. E vamos continuar a batalhar pela cultura, porque a cultura e a arte são redentoras.

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