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PS não "partilha prioridades" do BE, mas "geringonça não morreu"

11 out, 2019 - 19:58 • Redação

Divergências sobre a legislação laboral impediram um acordo escrito entre PS e Bloco de Esquerda, explica o dirigente socialista Duarte Cordeiro.

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O Partido Socialista não assinou um acordo escrito com o Bloco de Esquerda (BE) devido às divergência sobre a lei laboral, mas a "geringonça não morreu, garantiu esta sexta-feira o dirigente socialista Duarte Cordeiro.

Antes da reunião da comissão política nacional do partido, na quinta-feira à noite, o primeiro-ministro indigitado, António Costa, contactou a líder do BE, Catarina Martins, "informando que o PS não partilhava das prioridades propostas pelo BE".

Para assinarem um acordo os bloquistas apresentaram "um conjunto de pressupostos prévios, com especial destaque nas matérias de legislação laboral, sem um acordo nessas matérias não havia um entendimento escrito", adiantou Duarte Cordeiro.

Um dia depois da reunião da quarta-feira, Costa disse a Catarina que, em alternativa ao acordo escrito para formalizar uma nova "geringonça", "pretendia seguir a outra hipótese de trabalho que tinha colocada em si da mesa, no fundo, em tudo idêntica ao método de trabalho seguido nos últimos quatro anos: concertação e trabalho prévio antes do Orçamento do Estado e de todos os outros documentos estruturantes", adiantou Duarte Cordeiro, numa declaração na sede do PS.

O dirigente socialista lembra que a legislação laboral foi recentemente alterada. "É uma divergência conhecida entre os dois partidos e a prioridade do PS para a nova legislatura é um acordo sobre a política de rendimentos e de salários", assinalou.

"Para o PS, a geringonça não só não morreu, como existe total disponibilidade para trabalhar com os vários partidos nos moldes e nos termos que temos vindo a trabalhar e que tão bons resultados deram para Portugal", declarou Duarte Cordeiro.

Questionado se houve intransigência do BE, Duarte Cordeiro respondeu que “existe disponibilidade” dos dois partidos para trabalharem em conjunta na nova legislatura.

A comissão política nacional do PS anunciou, na quinta-feira, que não haveria um novo acordo escrito com o BE para reeditar uma "geringonça" nos moldes daquela que permitiu aos socialistas formar Governo em 2015.

O Bloco de Esquerda (BE) “lamentou” esta sexta-feira a decisão do PS de formar Governo sem assinar qualquer acordo com os partidos à esquerda. Em conferência de imprensa, Catarina Martins lamentou a “indisponibilidade” dos socialistas para negociar, nomeadamente alterações à lei laboral.

Para Catarina Martins, o "modelo da geringonça" merecia ser prolongado, porque deu "provas de resistência", impedindo "recuos" e permitindo "estabilidade" política e "respeito pelo rendimentos".

"Preferíamos essa solução, mas nós cá estaremos para negociar em cada orçamento e legislação, de acordo com o que achamos melhor para o país", garantiu. Nesse sentido, foi já "solicitada uma reunião" ao PS, que "terá lugar brevemente".

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