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São Roque

Luís Miguel Cintra de regresso com espetáculo de música e poesia

10 out, 2019 - 15:44 • Maria João Costa

De 11 de outubro a 10 de novembro, Temporada de Música de São Roque traz 12 concertos em espaços religiosos e será marcada pela estreia mundial do espetáculo encenado por Luís Miguel Cintra.

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Luís Miguel Cintra é o encenador de um dos espetáculos que faz este ano a Temporada de Música de São Roque.

O ator da desaparecida companhia de teatro A Cornucópia apresenta, no dia 19 de outubro às 16h30, no Convento dos Cardaes um espetáculo de música e poesia. “Le miroir de Jésus” apresenta-se como uma “obra-prima de André Caplet” com “ilustração musical dos 15 pequenos poemas de Henri Ghéon sobre os santos Mistérios do Rosário”. O espetáculo é antecedido por uma visita guiada ao Convento dos Cardaes, pelas 15h.

A 31.ª edição da Temporada de Música de São Roque abre amanhã, sexta-feira dia 11 de outubro, com o Coro Gulbenkian, às 21h, com a “Petite Messe Solennelle” de Rossini. Também este espetáculo terá antes uma visita guiada ao Museu de São Roque.

Em entrevista à Renascença, o diretor artístico do festival, Filipe Carvalheiro, refere que o Coro será dirigido pelo maestro Michel Corboz e deixa a proposta de o público trocar os ecrãs digitais pela experiência de assistir aos espetáculos ao vivo. “Ouvir concertos em streaming na internet não substitui o ir a espetáculos”, refere.

O maestro, que pensou esta temporada mais uma vez, destaca: “Levamos em consideração e temos bastante cuidado com isso, a ligação entre as condições estilísticas da arquitetura dos locais e o conteúdo do programa”.

A acústica de espaços religiosos como a Igreja de São Roque, a Igreja de São Pedro de Alcântara, o Mosteiro de Santos-o-Novo e o Convento dos Cardaes enquadram-se nos reportórios programados.

“Ouvir música barroca numa igreja barroca é uma experiência que não é igual à de ouvir a mesma música, num auditório”, refere o maestro Filipe Carvalheiro.

Um dos espetáculos que destaca é a estreia mundial apresentada pela Camerata Atlântica na Igreja de São Pedro de Alcântara, no dia 13 de outubro pelas 16h30. Será tocada a Sinfonietta para Cordas de Sérgio Azevedo, o compositor contemporâneo que, no programa, revela que a obra foi “escrita a partir de esboços e andamentos inacabados que, por uma razão ou por outra, estavam 'adormecidos' nos meus papéis”.

A Temporada de Música de São Roque contempla ainda a interpretação de obras que nascem, nas palavras do programador, a partir do “encorajamento” que têm feito “aos musicólogos e músicos para a recuperação de uma série de obras antigas que já não se ouviam há 300, 400 anos, ou se calhar desde que foram compostas”.

Com a participação de agrupamentos como o Coro Casa da Música, a Orquestra Orbis, os Divino Sospiro, as Vozes Alfonsinas, o Ensemble MPMP e o grupo Sete Lágrimas, o festival terá ainda a presença da Orquestra Geração que irá fechar a Temporada.

Pelo meio há muito por onde escolher para ver e ouvir. O grupo Capella Joanina apresenta obras do barroco ibérico que foram proibidas por decreto régio, no dia 20 de outubro pelas 16h30 no Mosteiro de Santos-o-Novo. No mesmo espaço, mas no dia 27 de outubro às 16h30 será escutado o Concerto Campestre, com a soprano Joana Seara que escolheu para reportório um programa que inclui compositores portugueses dos séc. XVII e XVIII.

De Famalicão, chegam os Cupertinos, da Fundação Cupertino de Miranda que irão apresentar “um programa baseado no seu primeiro trabalho discográfico, editado pela prestigiada etiqueta Hyperion, que representa uma incursão pela obra de Manuel Cardoso, com enfoque nas temáticas da penitência e redenção”, lê-se no programa. Considerados os embaixadores da Polifonia Portuguesa e distinguidos recentemente pela revista britânica Gramophone na categoria de Música Antiga, os Cupertinos atuam a 3 de novembro às 16h30 no Convento de São Pedro de Alcântara.

A Temporada decorre até 10 de novembro. Todos os detalhes desta 31.ª edição podem ser consultados aqui.

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