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Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos

“Todos têm direito a um trabalho digno”

07 out, 2019 - 10:51 • Ana Lisboa

Assinala-se esta segunda-feira a Jornada Mundial pelo Trabalho Digno. Trabalhadores cristãos de Portugal associaram-se à causa.

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O Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos (MMTC) “reclama trabalho digno, necessário para recuperar a humanidade da nossa sociedade”.

Na sua mensagem, o MMTC lembra que “para a Doutrina Social da Igreja o trabalho é um direito fundamental de toda a pessoa, é um bem e todos têm direito a um trabalho digno” e acrescenta “os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e das suas famílias são o critério a partir do qual se deveria organizar o trabalho, as condições em que se realiza e, na realidade, toda a economia”.

Associados ao trabalho digno, existem “uma série de direitos pessoais, familiares e sociais irrenunciáveis para construir sociedades humanas”. E reconhece que “estes direitos trazem associados uma responsabilidade pessoal, social e do Estado. Para superar a violação dos direitos associados ao trabalho, só há um caminho: reconhecer a primazia das pessoas sobre as coisas, do trabalho sobre o capital”.

Reconhecer isto, diz o Movimento Mundial, “exige uma nova racionalidade política que coloque os Estados a organizar a sociedade em função de servir os trabalhadores mais empobrecidos, a justiça e todos os cidadãos. Esta racionalidade política necessita de cidadãos conscientes, que sejam capazes de desprender-se dos valores neoliberais alimentados pelo capital, desenvolvendo a fraternidade”.

O MMTC, neste 7 de outubro,” exige este compromisso aos Estados e às instituições que nos governam para construir sociedades verdadeiramente humanas, onde os bens e riquezas geradas estejam ao serviço do bem comum”.

Na sua nota, este movimento cita dados da Organização Mundial do Trabalho que refere que “em 2018 a maioria dos 3 mil e 300 milhões de pessoas empregadas no mundo sofreram por falta de bem-estar material, de segurança económica e de igualdade de oportunidades e não tiveram suficiente desenvolvimento humano”.

Também nesse mesmo ano, segundo a OIT, “mais de uma quarta parte dos trabalhadores subdesenvolvidos viviam em pobreza extrema ou pobreza moderada. Mais ainda, tivemos 172 milhões de pessoas desempregadas no mundo (taxa de desemprego de 5%). As previsões para 2020 são de 174 milhões de pessoas desempregadas”.

Portugal associa-se a esta Jornada Mundial pelo Trabalho Digno

Estão previstas uma série de iniciativas um pouco por todo o país para assinalar esta data.

Assim, será lançado “a nível nacional um postal que será distribuído em todas as dioceses e paróquias” para alertar para a importância do trabalho digno, refere Tarcísio Fernandes, responsável pela Pastoral Operária

Vão haver também tertúlias e encontros para falar sobre este mesmo tema. O que se pretende “é ir ao encontro das pessoas e dar a conhecer este dia pelo trabalho digno”.

Este responsável defende a necessidade de se “lutar por um trabalho que dignifique a pessoa, porque “só dignificando a pessoa é que podemos considerar que vivemos com dignidade, vivemos em plenitude”.

Reconhece que “se têm feito alguns avanços nesta matéria, mas continua a haver muito trabalho precário, principalmente na juventude”.

Para o coordenador da Liga Operária Católica, é importante falar sobre o trabalho digno, porque em Portugal “ainda há muitos casos em que a situação de trabalho é muito pouco respeitada e é muito pouco tida em conta pelos próprios salários e pelas condições de trabalho”.

Por isso, Américo Monteiro defende a importância de nos “empenharmos nesta luta e sensibilizar a população para este problema”.

A questão da precariedade está muito ligada à pobreza. Este responsável admite que no nosso país “ainda há muita gente pobre, apesar de trabalhar, porque depois do rendimento adquirido com o seu trabalho, não dá para ter uma vida digna”.

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