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Legislativas 2019

Livre mais forte nos concelhos jovens e com mais estudos

07 out, 2019 - 14:22 • Lusa

Joacine Katar Moreira conquistou o primeiro mandato de deputada para o partido fundado por Rui Tavares em 2014, e que concorreu pela primeira vez às legislativas de 2015. Nas eleições legislativas de domingo, o Livre passou dos 39 mil votos alcançados em 2015 para 55 mil, dos quais mais de 22 mil no círculo de Lisboa.

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Os concelhos onde o Livre obteve os resultados mais elevados há uma percentagem maior de jovens com o ensino secundário do que no conjunto país, segundo o portal de dados estatísticos EyeData.

Neste portal, os resultados eleitorais de cada partido são divididos em três, permitindo ver qual o terço dos concelhos em que cada partido obteve os melhores resultados, os piores resultados e o resultado médio. Depois, no mesmo portal é possível cruzar esse resultado com um vasto conjunto de variáveis económicas e sociais que permitem caracterizar, em termos médios, como são os concelhos onde os partidos tiveram melhores ou piores resultados.

No caso do Livre é possível verificar o seguinte:

Ambiente

Os concelhos em que o Livre obteve uma votação mais elevada registam uma área ardida média equivalente a 3,17%, o que corresponde a cerca de metade da média de 6,06% de área ardida a nível nacional em 2017.

Nestes concelhos verifica-se ainda que a quantidade de resíduos urbanos recolhidos por habitante e a percentagem de resíduos urbanos reciclados superam a média registada no conjunto do país em 7,3% e 6,0%, respetivamente.

Demografia

A percentagem de pessoas com menos de 15 anos residente nos concelhos onde o Livre registou uma votação mais expressiva ascende a 14,61%, sendo mais alta do que o valor médio nacional que é de 13,77%.

O partido que elegeu Joacine Catar Moreira para deputada na Assembleia da República, registou melhores resultados nos concelhos onde a percentagem de população estrangeira legalmente residente é de 6,17%, acima da média nacional de 4,64%.

Economia

Em média, nos concelhos em que o Livre conseguiu resultados mais elevados nestas eleições, contam-se 10,84 trabalhadores da administração pública local por cada 1.000 habitantes, o que reflete um valor mais baixo do que a média nacional, que é de 11,62 daqueles funcionários públicos.

Inversamente, no que ao ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem diz respeito, o valor registado nestes concelhos é de 1.200,34 euros, superando os 1.108,56 euros médios observados em Portugal.

Educação

O Livre registou uma votação mais elevada nos concelhos onde a 35,06% dos jovens com menos de 15 anos tem pelo menos o ensino secundário, valor que ultrapassa em quase cinco pontos percentuais a média nacional (de 30,53%).

Também no que diz respeito aos empregadores com pelo menos o ensino secundário, a percentagem atinge os 55,28% nestes concelhos – no conjunto do país esta média é de 50,00%.

Sociedade

A percentagem de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) nos concelhos que proporcionaram ao Livre os seus melhores resultados nestas eleições corresponde a 3,46% da população com mais de 15 anos aí residente, sendo que, no conjunto do país, a percentagem dos beneficiários desta prestação social é ligeiramente inferior (3,20%).

Os dados mostram ainda que o número de casamentos não católicos é, nestes municípios, de 72,38% quando a média nacional é de 67,71%.

Em Portugal, a disparidade no ganho médio mensal entre níveis de habilitação é de 27,58%, mas nos concelhos onde o Livre obteve melhores resultados, esta disparidade é de 29,17%.

Livre assume-se ecologista, feminista e antirracista e quer salário mínimo de 900 euros

O Livre, que no domingo elegeu pela primeira vez uma deputada, assume-se como um partido ecologista, feminista e antirracista, defendendo quotas étnico raciais e o aumento do salário mínimo para 900 euros.

Joacine Katar Moreira conquistou o primeiro mandato de deputada para o partido fundado por Rui Tavares em 2014, e que concorreu pela primeira vez às legislativas de 2015.

Nas eleições legislativas de domingo, o Livre passou dos 39 mil votos alcançados em 2015 para 55 mil, dos quais mais de 22 mil no círculo de Lisboa.

O Livre defende o alargamento da nacionalidade para os filhos de imigrantes, através da atribuição imediata da nacionalidade portuguesa aos nascidos em Portugal, assim como a criação de quotas étnico raciais.

Em entrevista à agência Lusa durante a pré-campanha eleitoral, Joacine Katar Moreira defendeu esta medida para “reduzir assimetrias estruturais que só com dezenas de anos é que iam ser resolvidas”.

“O ideal era que não fossem necessárias quotas para as pessoas que não estão em Portugal, continental, o ideal era que não fossem precisas quotas para pessoas com deficiência, o ideal era que também não fossem necessárias quotas para mulheres. Isto no mundo ideal, só que infelizmente não vivemos no mundo ideal”, salientou a então candidata, acrescentando que, “se existem essas quotas, é natural que também seja necessário a existência de quotas étnico raciais”.

No plano económico, o Livre defende “um aumento do ordenado mínimo nacional para os 900 euros”, salientando que este valor “é aquilo que hoje em dia dá a hipótese a um indivíduo de viver” porque “ninguém vive com um ordenado de 600 euros”.

Na ecologia, o Livre defende "um novo pacto verde, um 'new deal' para o ambiente", como foi proposto pela congressista norte-americana do Partido Democrata Alexandria Ocasio-Cortez, considerando que o tema deve ser "olhado de forma igualmente interseccional".

Durante a última greve climática, o Livre associou-se ao protesto dos estudantes e Joacine Katar Moreira pediu um orçamento para atacar o problema das alterações climáticas.

"Hoje em dia é insuficiente nós nos mostrarmos conscientes sobre a emergência climática. É preciso que o Estado disponibilize [recursos], com o apoio da União Europeia, com o apoio das entidades, e coloque a urgência climática enquanto uma das urgências número um de qualquer orçamentação do Estado", disse então Joacine Katar Moreira .

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  • Petervlg
    07 out, 2019 Trofa 17:10
    basta ouvir as 3 das manhã o extremamente desagradável que se ouve este fulana a falar normalmente, sem qualquer problema. é o que temos a representar alguns portugueses

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