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Legislativas 2019

Iniciativa Liberal com mais votos nos concelhos industriais

07 out, 2019 - 14:22 • Agência Lusa

Partido fundado há menos de dois anos conquistou 1,29% dos votos a nível nacional. Elegeu um deputado pelo círculo eleitoral de Lisboa, João Cotrim de Figueiredo, com 2,47% (27.166 votos) no distrito.

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Os concelhos onde o Iniciativa Liberal (IL) obteve resultados mais altos apresentam um volume de negócios na indústria e no comércio que ultrapassa a média nacional, segundo o portal de dados estatísticos EyeData.

Neste portal, os resultados eleitorais de cada partido são divididos em três, permitindo ver qual o terço dos concelhos em que cada partido obteve os melhores resultados, os piores resultados e o resultado médio. Depois, no mesmo portal é possível cruzar esses resultados com um vasto conjunto de variáveis económicas e sociais que permitem caracterizar, em termos médios, como são os concelhos onde os partidos tiveram melhores ou piores resultados.

No caso da Iniciativa Liberal (IL) é possível verificar o seguinte:

Ambiente

A percentagem de despesas em ambiente dos municípios onde o IL obteve melhores resultados é superior à média nacional representando 10,34% do total da despesa, contra a média nacional de 8,9%. Também a percentagem de resíduos urbanos preparados para valorização e reciclagem é maior face à média. Por outro lado, o consumo de energia elétrica por habitante é maior.

Demografia

O saldo populacional migratório por 10 mil habitantes, ou seja, o peso do número de imigrantes e emigrantes na população residente nos concelhos onde o IL obteve votações mais altas é quase o dobro da média nacional. A população estrangeira legalmente residente também é mais elevada.

O número médio de filhos por mulher é de 1,5, acima da média nacional, de 1,42. O número de nascimentos fora do casamento também é mais elevado e o número de divórcios é ligeiramente superior.

A população residente com 65 aos de idade ou mais situa-se abaixo da média do país, enquanto a população residente com menos de 15 anos é superior à média.

Economia

O volume de negócios das empresas não financeiras dos setores secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços) é superior à média nacional nos concelhos onde o IL obteve resultados mais elevados. No primeiro caso a diferença chega aos 17,7% e no segundo aos 24,5%. Já as empresas do setor primário (agricultura, pescas e pecuária) apresentam um volume de negócios inferior à média nacional de 22,9%.

O ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem é de 1.171,65 euros, mais elevado do que a média do país, de 1.108,56 euros, tal como o poder de compra per capita.

Há menos trabalhadores da administração local nestes concelhos face à média nacional e o número de desempregados inscritos nos centros de emprego também é menor.

Educação

Nestes concelhos a percentagem da população com mais de 15 anos com pelo menos o ensino secundário é mais elevada do que a média, apesar de haver menos escolas por cada 10 mil habitantes.

A percentagem de empregadores com pelo menos o ensino secundário é de 53,42%, superior à média nacional, de 50%.

Sociedade

A percentagem de casamentos não católicos é de 70,66% do total de casamentos, um valor superior à média nacional (67,71%).

Há 6,4 médicos por cada 1.000 habitantes e mais unidades hospitalares, públicas e privadas.

Redução da carga fiscal e combate à corrupção são bandeiras do Iniciativa Liberal

A redução da carga fiscal, o combate à corrupção e a maior liberdade de escolha são as principais linhas do programa eleitoral do partido Iniciativa Liberal (IL), que se estreou nas legislativas de domingo e elegeu um deputado.

O partido obteve, globalmente, 1,29% dos votos (65.545), tendo elegido um deputado pelo círculo eleitoral de Lisboa (João Cotrim de Figueiredo), com 2,47% (27.166 votos).

Constituído oficialmente em dezembro de 2017, o Iniciativa Liberal concorreu pela primeira vez às eleições legislativas e apresentou listas em todos os círculos eleitorais.

Em setembro, na apresentação do programa eleitoral do IL, o líder do partido, Carlos Guimarães Pinto (cabeça de lista pelo Porto), apontou como “medida bandeira” a criação de uma taxa única de IRS de 15% para os rendimentos acima dos 650 euros, “para garantir que as pessoas voltam a acreditar que é possível subir na vida trabalhando e investindo”.

Outra das prioridades do partido é o combate à corrupção que, segundo Guimarães Pinto, deve-se ao “excesso de concentração do poder do Estado central e em Lisboa”.

Para o economista, os países mais corruptos do mundo são os menos economicamente liberais, uma vez que “o liberalismo é um grande inimigo da corrupção”.

O partido é a favor de uma descentralização “que seja fiscalmente neutra ou seja, que cada recurso que é atribuído ao poder local seja subtraído do Estado Central”, considerando que “a regionalização que está a ser desenhada neste momento, designadamente pelo PS, pretende duplicar recursos, o que é um grande risco, porque no dia em que as pessoas virem que a regionalização apenas serviu para atribuir mais tachos e duplicar estruturas, o apoio à descentralização vai baixar”.

A terceira “bandeira” do Iniciativa Liberal é a “liberdade de escolha” por parte dos cidadãos em áreas como a saúde ou a educação.

“Nós achamos essencial que as pessoas possam escolher coisas tão íntimas e pessoais como a escola dos seus filhos ou o médico que o vai tratar. As pessoas pagam impostos para ter educação e saúde, faz sentido que possam escolher qual vai ser o seu médico ou o professor dos seus filhos, seja dentro do sistema público ou privado”, defende Guimarães Pinto.

Outra das medidas que consta do programa eleitoral do partido é a privatização “como um todo ou em partes” da Caixa geral de Depósitos (CGD), bem como a criação de legislação que impeça a injeção de mais capital no banco público.

O Iniciativa Liberal defende ainda a isenção de IRS no trabalho acima das 35 horas no setor privado, que corresponde à diferença entre o horário semanal de trabalho do público e do privado, assim como a substituição do salário mínimo nacional por um salário mínimo municipal, definido por cada autarquia do país.

No caso das ilhas, os governos regionais de cada arquipélago fixariam salários mínimos regionais.

O partido anunciou na quarta-feira que iria abdicar da subvenção pública de campanha, caso eleja um deputado à Assembleia da República, considerando ser “uma imoralidade” gastar “mais de oito milhões de euros em campanhas”.

Constituído oficialmente em dezembro de 2017, o IL concorreu pela primeira vez às eleições legislativas e apresentou listas em todos os círculos eleitorais.

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