Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

​Reportagem na sede do PS

Costa e a maioria de geometrias variáveis

07 out, 2019 - 03:03 • Susana Madureira Martins

Mal as projeções das televisões surgiram nos écrans a sala explodiu numa euforia como se a maioria absoluta desejada, mas nunca pedida, se confirmasse. Não se confirmou, mas desta vez foi mesmo "vitória, vitória", ouviu-se na sala.

A+ / A-

Veja também:


Não é costume, mas desta vez a sala do Altis onde decorreu a noite eleitoral do PS ficou apinhada de gente logo às seis e meia, sete da tarde. A expectativa sobre que maioria o partido ia ter era enorme e foi enchendo, enchendo.

Mal as projeções das televisões surgiram nos écrans a sala explodiu numa euforia como se a maioria absoluta desejada, mas nunca pedida, se confirmasse. Não se confirmou, mas desta vez foi mesmo "vitória, vitória", ouviu-se na sala.

António Costa, de resto, já tinha colocado esse cenário de parte logo à entrada do hotel que é uma referência das noites eleitorais do PS, ou seja, que a maioria absoluta era "muito improvável" acontecer.

Não há essa maioria, há outra. O partido "reforçou posição política" e aumentou e ganhou em votos, aumentou e ganhou em mandatos", resumiu Costa, apanhado na rua, no meio de um torvelinho de jornalistas, cabos e câmaras de televisão.

Pelo meio falava a secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, a primeira a referir "a derrota eleitoral da direita", aparecia também Pedro Nuno Santos, o representante da ala esquerda do PS a querer dizer aos jornalistas que é "desejável" a renovação da actual maioria parlamentar, como que a marcar terreno para o que quer que Costa dissesse no discurso de vitória.

À medida que os deputados se iam confirmando círculo eleitoral a círculo eleitoral, depois de Assunção Cristas se retirar de cena e de Rui Rio falar, a sala voltou a estoirar de euforia. Costa na sala? Não, ainda não. Era Mário Centeno, o ministro das Finanças, verdadeiro ídolo dos socialistas, muito aplaudido e a ser recebido aos gritos com um "PS, PS".

Depois sim, o líder do PSD, Rui Rio, calou-se e António Costa apareceu na sala com uma nova euforia do estado maior socialista e das bases populares presentes.

A sala fez silêncio para ouvir Costa dizer que o "PSD e o CDS mesmo com o reforço da Iniciativa Liberal e Chega tiveram uma derrota histórica em Portugal" e que os portugueses rejeitaram essa alternativa por causa de "uma campanha assente em casos e ataques pessoais", referindo-se implicitamente ao caso de Tancos, que marcou a segunda semana de campanha eleitoral.

Conclusão: "os portugueses desejam um novo acordo com o PS reforçado para governar com estabilidade no horizonte da próxima legislatura", ou seja, durante quatro anos e que não seja um Governo que fique a meio do caminho, a meio do ciclo.

E Costa atirou mesmo: "os portugueses gostaram da ‘geringonça’ e desejam a continuidade da actual solução política agora com um PS mais forte". E fica o aviso para Bloco de Esquerda e para o PCP: o líder socialista vai encetar contactos também com o PAN e o Livre. Em relação ao Chega não há conversa possível.

Esgotadas as perguntas, esgotada a noite eleitoral, o PS começa agora os contactos para renovar uma maioria parlamentar que suporte o Governo.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+