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Papa criou D. José Tolentino Mendonça como cardeal

05 out, 2019 - 16:09 • Ecclesia

O arcebispo madeirense recebeu do Papa, tal como os restantes 12 bispos elevados, o barrete vermelho, o anel cardinalício e a bula de nomeação.

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Papa criou D. José Tolentino Mendonça como cardeal

Eram 15h27 quando o Papa pronunciou o nome do arcebispo português D. José Tolentino Mendonça como novo cardeal da Igreja Católica, numa cerimónia que decorre na Basílica de São Pedro.

A celebração começou com um momento de oração em silêncio, do Papa, diante do altar da Confissão, sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, seguindo-se a saudação dos novos cardeais, antes de uma oração proferida por Francisco, a leitura do Evangelho e a homilia.

Após esta intervenção, o Papa leu a fórmula de criação e proclamou em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão; seguiu-se a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.

Cada um dos novos cardeais ajoelhou-se para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação: D. José Tolentino Mendonça foi o segundo dos 13 prelados presentes.

Francisco entregou ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma - que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.

No anel cardinalício são evocadas as colunas da Basílica de São Pedro, a cruz e os apóstolos Pedro e Paulo.

D. José Tolentino Mendonça foi criado cardeal-diácono, recebendo a igreja de São Jerónimo da Caridade (em latim, Sancti Hieronymi a Caritate in via Iulia), na Via Júlia, de Roma, uma diaconia instituída em 5 de fevereiro de 1965 pelo Papa Paulo VI.

Cada cardeal é inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.

Após o Consistório, Francisco e os novos cardeais vão cumprimentar o Papa emérito Bento XVI, com quem rezaram no Mosteiro Mater Ecclesiae, onde este reside.

A chamada ‘visita de cortesia’ aos novos cardeais vai decorrer entre as 18h00 e as 20h00 locais (menos uma em Lisboa); no caso do cardeal português, tem lugar no espaço da Sala Régia, do Palácio Apostólico.

Biblista, investigador, poeta e ensaísta, o novo cardeal foi nomeado a 1 de setembro e é o sexto prelado português a integrar o Colégio Cardinalício no século XXI, o terceiro no atual pontificado.

D. José Tolentino Mendonça nasceu em Machico (Arquipélago da Madeira) em 1965, tendo sido ordenado padre em 1990 e bispo a 28 de julho de 2018; foi reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, da Igreja Católica em Portugal.

A 26 de junho de 2018, o Papa nomeou D. José Tolentino Mendonça como arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, elevando-o à dignidade de arcebispo; o até então vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa orientou nesse ano o retiro de Quaresma do Papa Francisco e seus mais diretos colaboradores.

D. José Tolentino Mendonça, comendador da Ordem do Infante D. Henrique, título que lhe foi atribuído em 2001 pelo ex-presidente da República Jorge Sampaio, e da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, atribuída por Aníbal Cavaco Silva, antigo chefe de Estado.

Dezenas de portugueses acompanharam a criação cardinalícia de D. José Tolentino Mendonça no Vaticano, onde marcaram presença a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque.

Portugal teve até hoje com 46 cardeais, a começar pelo chamado Mestre Gil, escolhido pelo Papa Urbano IV (1195- 1264).

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