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Dia Mundial do Professor. FNE pede valorização da profissão “na próxima legislatura”

05 out, 2019 - 17:14 • José Carlos Silva , João Pedro Barros com Lusa

Desfile em Lisboa teve menos mobilização do que o habitual. Mário Nogueira, da Fenprof, também marcou presença.

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"Rejuvenescimento e Valorização da Profissão Docente": em 2019, é este o lema das celebrações do Dia Mundial do Professor, que se celebra na tarde deste sábado com um desfile no Marquês de Pombal, em Lisboa. São também estas as duas ideias fortes que João Dias da Silva sublinhou que devem ser cumpridas “na próxima legislatura”.

“É um desafio em que estão comprometidos os partidos que estiverem no Governo e os que formarem oposição”, salientou o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (FNE), em declarações à Renascença, lembrando que o rejuvenescimento se trata de “uma orientação do OCDE a nível internacional” e, em Portugal, “do próprio Conselho Nacional da Educação”.

Especificando melhor as medidas desejadas para a valorização da carreira, João Dias da Silva elencou o “respeito pelos limites do tempo de trabalho”, o “número de alunos por turma”, “regras transparentes nos concursos” e o “respeito pelos limites do tempo de trabalho”.

“São aspetos que falta regulamentar e que continuam no horizonte dos anseios e reivindicações dos professores, independentemente dos governos e dos partidos”, concluiu.

Menor mobilização no arranque do desfile

O responsável da FNE falou à Renascença já em pleno marquês do Pombal, por entre “bandeiras, cartazes e cachecóis”, num desfile com a “mobilização possível”, mais reduzida do que habitualmente.

Ainda assim, João Dias da Silva disse esperar que nesta manifestação venham a estar à volta de 10 mil pessoas, assinalando que se deslocaram professores de todo o país em 40 a 45 autocarros.

A seguir ao grupo de percussão Tocandar surgiu a faixa com o lema deste dia mundial, segurado pelos dois dirigentes das duas maiores federações de docentes, a FNE e a Fenprof, João Dias da Silva e Mário Nogueira.

Veem-se ainda outras bandeiras com o já muito conhecido 'slogan' referente ao tempo de serviço que os professores querem ver recuperado, "9A4M2D - todo o tempo", e ainda outras apelando ao "fim dos abusos nos horários".

Dia de reflexão levantou dúvidas

Imediatamente antes de começar o desfile, um agente da polícia dirigiu-se a um dos manifestantes que segurava um cartaz artesanal com a inscrição "amanhã voto" de um lado e "e não me esqueci" do outro.

O professor Gabriel Lagarto, 49 anos, da Escola Conde de Ourém, disse aos jornalistas que o agente se lhe dirigiu "muito educadamente" chamando a atenção de que, se o seu cartaz fizesse uma referência política, não o poderia levar. O professor explicou que respondeu ao agente policial estar em causa apenas um apelo ao voto, mas não em relação a qualquer partido político.

Esta manifestação realiza-se no dia de reflexão para as legislativas de domingo, estando determinado por lei que não pode ser feito qualquer tipo de apelo ao voto partidário.

Foram ouvidas na manifestação frases como "o futuro da nação passa pela educação" e "estabilidade sim, precariedade não".

A manifestação foi convocada não só pelas duas federações de professores, mas também por outros oito sindicatos mais pequenos.

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  • Cidadao
    05 out, 2019 Lisboa 20:15
    Sempre achei estranho que o PS que tem no Funcionalismo Público uma parte muito importante do seu Eleitorado, escolha hostilizar os Professores, logo um dos maiores sectores desse Funcionalismo, em termo de eleitores - são 120 a 140 mil e nem estou a contar com as respetivas famílias. Foi assim com Sócrates / Lurdes Rodrigues em que os Professores - e a Função Pública - foram Diabolizados, perseguidos e vilipendiados. Lurdes Rodrigues que titulava a pasta da Educação chegou a dizer "... perdi os Professores, mas ganhei a População" - no fim, perdeu ambos e custou a Sócrates a Maioria Absoluta. Bem me lembro da cara que ela trazia na noite eleitoral: apercebia-se que a perda da Maioria ia fazer rolar cabeças, e a dela estava na primeira linha para a "guilhotina". O PS não percebeu a lição e com as suas traições de aceitar recuperações de tempo de serviço no OE e nas ilhas, e depois dar o dito por não dito no Continente, precisamente na altura em que se soube que enviou um "extra" de mil milhões de euros de impostos para a Banca - a juntar aos 5000 Milhões que já tinha enviado, só este ano - voltou a hostilizar uma classe que além de ser um dos seus principais apoios, continua a valer 140 000 votos. Mínimo. Podem dar ou não a Maioria Absoluta. Mas acho que para isso, e aí todos concordarão, é melhor tê-los que não os ter. E o PS não os tem, pois com as suas reviravoltas, atirou-os pela janela ...
  • Professor
    05 out, 2019 5 de Out 19:47
    Estas manifs cumpriram o seu propósito. O Funcionalismo Público é parte importante do Eleitorado do PS. E entre todos os sectores, o Ensino ocupa lugar de destaque com 140 000 eleitores, fora as respectivas familias. As atitudes castigadoras contra os Professores, tomadas nos tempos da sinistra Lurdes Rodrigues, fizeram com que esses eleitores tirassem a Sócrates a Maioria Absoluta. E as Traições do PS de António Costa podem-lhe ter custado uma Maioria Absoluta, que face ao desnorte da Direita, estava plenamente ao alcance do PS. Teve de ser, em prol das contas públicas sãs, dirão alguns. Cá por mim, acho que faz muito mais mossa nas contas públicas os desmandos da Banca onde já "desapareceram" 25 000 Milhões de Euros dos nossos impostos, só para manter à tona Bancos Falidos, que 300 a 400 milhões de euros para reparar parcialmente um gigantesco roubo em salários, reformas e dignidade feito à Classe docente e não só. E não só. O PS gosta de dizer à boca pequena que "quem se mete com o PS, leva". Parece que também se pode começar a dizer que "quem lixa os Professores, pode esquecer as Maiorias Absolutas".

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