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Perdeu o debate dos pequenos partidos? Resumo em oito pontos

01 out, 2019 - 01:58 • João Pedro Barros , Joana Gonçalves

Foram mais de duas horas de debate na RTP, esta segunda-feira à noite, entre representantes de 15 partidos, todos sem representação parlamentar. Em oito pontos, fazemos um resumo das várias ideias e propostas, que foram de um extremo ao outro do espectro político: se de um lado se pedia “um modo de produção comunista”, do outro propunha-se a criação de um ministério da família.

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O tema abriu a primeira ronda e nove partidos disseram que sim (PTP, Chega, PDR, Iniciativa Liberal, MAS, MPT, PCTP-MRPP, Aliança e RIR), com seis a recusarem essa possibilidade (Nós Cidadãos!, PURP, Juntos pelo Povo, PPM, Livre e PNR).

Qual é o verdadeiro partido ecologista?

O aproveitamento da crise climática e da greve estudantil foi motivo para uma troca de acusações. Cada partido tentou apresentar-se como a verdadeira solução e apontar o parceiro do lado como estando a fazer um aproveitamento da situação. “Só falta a comunicação social dizer que foi o André Silva que descobriu o planeta”, ironizou Vitorino Silva, mais conhecido como Tino de Rans, referindo-se ao deputado do PAN. “Hoje em dia, todos os partidos são ambientalistas há muitos anos, mas, ironicamente, só agora se estão a manifestar”, acusou Joacine Katar Moreira, do Livre.

André Ventura, o espalha-brasas

André Ventura, do Chega, começou por atacar o representante do PURP por ter feito “campanha contra os subsídios” na Feira do Relógio, em Lisboa, o que é “enigmático e irónico”. “Eu não fui lá por ser contra os subsídios, fui lá falar dos reformados e dos combatentes”, respondeu Fernando Loureiro.

Depois, Ventura disse que o Chega não tinha feito esta segunda-feira campanha em “homenagem a mais um polícia brutalmente agredido em Rio de Mouro” e acusou os partidos de nada proporem nessa área. José Pinto Coelho, do PNR, recusou a ideia e frisou que “sempre defendeu a polícia”.

Por último, o ex-candidato do PSD à Câmara Municipal de Loures não deixou passar em claro a sugestão de uma via revolucionária por parte de Maria Cidália Guerreiro, do PCTP-MRPP, que defendeu “um modo de produção comunista.” “Se não é por eleições é como?”, perguntou Ventura. A moderadora Maria Flor Pedroso travou o diálogo.

Economia e salários

Ouviram-se várias propostas para o aumento do salário mínimo. O Livre e o MAS pedem que chegue aos 900 euros até ao final da legislatura, o PTP que chegue aos 1000 (e com reforma a partir dos 60 anos).

Para o Iniciativa Liberal, há “uma geração inteira que não sabe o que é poder subir na vida através do seu trabalho ou do seu negócio” e, por isso, pede uma taxa única de IRS de 15% e alargamento de serviços públicos como a ADSE a todos os portugueses. Também o Juntos pelo Povo (JPP) julga que Portugal está a viver “acima das possibilidades” e prioriza a redução da dívida pública. Em sentido inverso, o PCTP/MRPP preconiza o não pagamento da dívida, a abolição de todas as taxas moderadoras e a municipalização dos solos.

Saúde e habitação

O Aliança - que também pediu estabilidade na colocação dos professores, com “períodos mais alargados” de colocação - quer a universalização dos seguros de saúde e promoção da liberdade de escolha. O Chega pede uma reforma profunda no setor.

Já na habitação, o PDR, de Marinho e Pinto, quer que o Estado volte a investir na habitação “para que as cidades voltem a ser habitadas por pessoas e não por turistas” .

As propostas fora da caixa

O PNR, que quer tornar muito mais restritivas as leis de imigração, defende a criação de um Ministério da Família. “Não é à escola que compete educar, é aos pais”, sublinhou José Pinto Coelho. O MPT está contra o Aeroporto do Montijo e sugere como alternativa o de Beja, “que está às moscas”. O Chega pede uma redução do número de deputados, até um mínimo legal de 100. Já o PPM propõe alterar a Constituição para que seja “altamente democrática”, integrando o Tribunal Constitucional “dentro do sistema judicial normal”, e para extinguir a alínea b) do artigo 288º, o dos limites materiais da revisão constitucional, que impede qualquer alternativa à "forma republicana de governo".

Viabilizariam um governo do PSD, do PSD ou de ambos?

As respostas são reveladoras do posicionamento dos vários partidos. Há quem admita alinhar com ambos, como o RIR - “um partido 360 graus”, que “não se importa de ser a pedra pequena para elevar os grandes” -, o Chega - com a condição de se fazerem as reformas da justiça e do sistema político -, o PURP, o PDR, o PPM e o Nós Cidadãos! Por outro lado, Iniciativa Liberal, PNR e PCTP-MPRR recusam qualquer viabilização com PS e PSD.

JPP, Livre e MAS, com condições, só alinhariam com o PS. PTP e Aliança só admitem apoiar um Governo do PSD, posição de que se aproxima o MPT, que considera “um pouco difícil fazer algum acordo com o PS”.

O momento dos pequeninos

Na última ronda, sobre as possibilidades de apoio parlamentar a um Governo, Gonçalo da Câmara Pereira, do PPM, lançou uma série de elogios a Santana Lopes, que considerou uma “das pessoas mais injustiçadas deste país”, e elogiou a sua “humildade” por se sentar “junto dos pequeninos”. Os restantes representantes dos partidos não ficaram muito agradados com esta divisão de classes.

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