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Jerónimo deseja melhoras a Costa e confessa que também não está "fresco como alface"

28 set, 2019 - 12:43 • Cristina Nascimento com Lusa

Secretário-geral do PCP falou das dificuldades de fazer uma campanha eleitoral e criticou quem acha que os comícios estão “fora de moda”.

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O secretário-geral do PCP desejou este sábado a recuperação do homólogo socialista e primeiro-ministro, António Costa, assistido esta sexta-feira num hospital devido a dores nas costas, e mostrou-se bem fisicamente, embora "não propriamente fresco como uma alface".

"Em primeiro lugar, fundamentalmente, as melhoras, que é aquilo que lhe posso desejar para fazer a campanha até ao fim. Estou [bem fisicamente], no essencial. Isto é duro, por vezes há grandes percursos, mas isto quando se tem ânimo e ideal tem-se a coragem suficiente para travar esta batalha. Não estou propriamente fresco como uma alface, mas estou em condições de prosseguir esta batalha com entusiasmo até ao fim", disse Jerónimo de Sousa, de 72 anos, mais 15 do que Costa.

O líder comunista respondia a perguntas dos jornalistas, após uma visita à Sociedade Filarmónica Humanitária de Palmela, onde se reuniu com dirigentes e assistiu ao ensaio da orquestra, e antes de seguir para um almoço com a comunidade imigrante do Vale da Amoreira, Moita.

"Isto aqui há uma mistura de capacidade física e anímica, mas acho que isso só não chega. Um velho camarada meu, o Dias Lourenço, quando fugiu da prisão de Peniche, quando estava no mar prestes a sucumbir, ele conseguiu chegar à margem, dizia uma coisa que nunca mais me esqueceu: nós comunistas, muitas vezes, vamos buscar forças onde parece que elas não existem", descreveu.

Em jeito de balanço da primeira semana oficial de campanha eleitoral para as eleições legislativas de 6 de outubro, Jerónimo de Sousa confiou na boa evolução da angariação de votos para a Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta comunistas e ecologistas.

"Uma campanha exigente, com muita iniciativa, e um sentimento que reafirmo: a CDU ainda está a construir resultado, os caminhos ainda estão abertos. Vamos, nesta semana que falta, procurar dar toda a nossa força para esse ambiente bom positivo", desejou.

A “questão central”, reafirmou, é o “reforço da CDU” e, em segundo lugar, evitar “uma maioria absoluta que permitiria um poder discricionário do Governo, que sempre desvaloriza o Parlamento quando tem essa maioria absoluta”.

Jerónimo de Sousa deixou ainda uma crítica que pareceu essencialmente dirigida ao PSD: “Há aí uma moda de que isto dos comícios, dos pontos de encontro, das iniciativas de massas, já não rendem e não dão nada. Esta também é uma marca de diferença da CDU, termos milhares de homens e mulheres a fazer contacto direto, que falam e ouvem e fazem uma campanha que consideramos fundamental”.

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