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Escolas portuguesas vão marcar falta no dia da greve climática global

25 set, 2019 - 21:31 • Redação com Lusa

O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, diz à Renascença que os estabelecimentos de ensino têm de cumprir a lei, mas apela aos pais que justifiquem as faltas.

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As escolas vão marcar falta aos alunos que sexta-feira faltem às aulas para participar na greve climática global. O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, diz à Renascença que os estabelecimentos de ensino têm de cumprir a lei, mas apela aos pais que justifiquem as faltas.

“Essas faltas poderão ser justificadas pelos pais? Eventualmente. Os pais poderão dizer que os filhos participaram nessa manifestação e apresentar essa justificação de faltas, que não é muito normal às escolas. Depois as escolas, no âmbito da sua autonomia, poderão pedir deferir ou não a pretensão dos pais”, sugere Filinto Lima.

Através de uma carta enviada a mais de três mil escolas, a Amnistia Internacional pede que seja dada autorização aos alunos a participar na iniciativa que em seu entender é “a maior aula do mundo” para a Humanidade.

Filinto Lima diz que as escolas são obrigadas a marcar as faltas e explica porquê: “as escolas não irão proibir de forma alguma a participação dos alunos, com a qual se congratula, mas é evidente que em termos de faltas as escolas terão de marcar ausência ao aluno, até porque se acontece algo de grave fora da escola e se o professor não tiver marcado a falta respetiva, é evidente que isso vai criar um grande problema para a escola”.

Ainda assim, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas garante total simpatia e solidariedade dos professores para com a iniciativa.

“Prevejo que muitos professores nesse dia irão participar nesta manifestação, porque é uma greve muito importante para a Humanidade. O que me agrada é a classe docente, a minha classe, associar-se de corpo e alma a um evento de grande importância para o nosso planeta que é a defesa do mesmo”, sublinha Filinto Lima.

A Amnistia Internacional apelou às escolas portuguesas para autorizarem os alunos a participarem na greve climática global de sexta-feira, iniciativa que considera "a maior aula do mundo" para a humanidade.

Neste sentido, escreveu a 3.150 escolas de todos os níveis de ensino, públicos e privados, incluindo conservatórios e escolas profissionais.

A Amnistia defende que a participação nesta greve se enquadra no exercício do direito de liberdade de expressão e reunião, "um direito fundamental que a todos assiste".

Na carta, assinada pelo secretário-geral da organização, Kumi Naidoo, pode ler-se que o direito a um planeta habitável é "como o Artigo Zero dos direitos humanos".

A Amnistia entende, assim, que a participação de crianças e jovens na greve às aulas e nas iniciativas associadas a esta causa não devem ser limitadas e apela a todas as comunidades educativas para se mobilizarem numa ação cívica de combate às alterações climáticas.

Três organizações sindicais entregaram pré-avisos de greve para sexta-feira, entre as quais a maior organização sindical de professores, Fenprof, e o mais recente sindicato do setor, STOP.

Um pouco por todo o país, estão marcadas manifestações e concentrações, quase sempre para o período da tarde, por forma a pode abarcar o maior número de pessoas possível.

Dezenas de cidades e localidades portuguesas marcaram iniciativas para esta semana destinadas a marcar uma posição na luta contra as alterações climáticas, dando seguimento ao movimento iniciado pela jovem ativista sueca Greta Thunberg.

Está prevista a participação de 170 países nesta greve global pelo clima, com milhares de eventos a correr o mundo pelas redes sociais.

Mais de quatro milhões de pessoas fizeram greve pelo clima na sexta-feira, de acordo com os números publicados por Greta Thunberg no Facebook. "Esta sexta-feira, vamos fazê-lo outra vez", apela.

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