25 set, 2019 - 02:56 • Teresa Paula Costa
A diocese de Leiria-Fatima arranca o novo ano pastoral com um fórum dedicado aos jovens, marcado para 5 de outubro. O evento dá sequência à temática iniciada no ano passado e tem em conta, disse o bispo da diocese, a “cultura líquida” em que vivemos.
Segundo o cardeal D. António Marto, que falava esta terça-feira na conferência de imprensa de apresentação do novo ano pastoral, “uma cultura líquida é onde não existe praticamente nada de sólido e tudo nos foge pelos dedos das mãos como a água”.
Uma cultura da qual “eles (os jovens) são vítima”. Mas, depois, quando se tornam mais adultos, salientou o cardeal, “se trazem alguma coisa dentro e isso vem ao de cima, aí já são capazes de refletir, pensar e ver de outra maneira”, sendo “capazes de recuperar o caminho da fé”.
“Jovens: oportunidades e caminhos” é o tema do fórum que procurará refletir sobre as preocupações e os desafios atuais dos jovens bem como a forma como a Igreja deverá mover-se neste meio.
O evento, que se realizará no seminário de Leiria, terá como convidados o sacerdote jesuíta Nuno Tovar de Lemos e a catedrática da Universidade Católica Teresa Messias, bem como diversos agentes que dinamizarão vários painéis e workshops.
Para o padre André Batista, do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil, o fórum será a “aproximação da diocese aos jovens, procurando dar-lhes respostas”, já que “queremos tornar a Igreja mais próxima dos jovens de hoje, percebendo a sua linguagem, a sua forma de viver de hoje e de que forma a igreja se sente desafiada a responder e a corresponder às próprias expectativas”.
No plano pastoral da diocese Leiria-Fátima 2012-2020 estava incluído um biénio dedicado à juventude, que se iniciou no ano passado.
“Mal imaginávamos que o Papa Francisco ia convocar um sínodo sobre o mesmo tema exatamente no começar do nosso biénio. Trouxe um novo 'élan', um novo horizonte, um novo entusiasmo e uma nova relevância a este biénio”, admitiu o cardeal D. António Marto, que frisou que se trata de “uma geração nova, que vive num tempo novo e numa era nova”, com “a globalização que nos leva a viver problemas locais ao nível global e as novas tecnologias, com o seu impacto nos mais variados campos: educação, família, relações, saúde, trabalho, e, por conseguinte, da própria fé”.
O primeiro ano do biénio ficou marcado por encontros entre o bispo e vários jovens, em diversas vigariarias, onde ouviu “preocupações e exigências” em relação à fé e à igreja.
“Trata-se de iniciar processos, mesmo sem sabermos quais serão os resultados. Estamos num mundo em que os jovens precisam fazer um caminho de descoberta pessoal e não de quem lhes dá resposta já prefabricadas”, esclareceu, revelando que nestes encontros foram abordados temas como o aborto, a eutanásia, a homossexualidade e o casamento homossexual e o que é ser cristão hoje.
Este segundo ano ficará marcado por encontros vicariais virados para os “caminhos de serviço e de vocação”, disse o bispo, que revelou que “são momentos de oração.” Trata-se de “descobrir o projeto de vida de cada um, com uma missão mais de espiritualidade, meditação e vocação", concluiu António Marto.
A Festa da Juventude a realizar a 25 e 26 de julho, em Porto de Mós, será outro dos pontos altos do ano pastoral.