23 set, 2019 - 11:36 • Raul Santos
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O secretário-geral do PS, António Costa, não quis traçar aquele que possa ser um cenário concreto para o pós-6 de outubro, defendendo a necessidade de "estabilidade".
"É fundamental a estabilidade. Qual será a solução governativa? Logo se verá. Até dia 6 de outubro, está tudo em aberto"; diz Costa, no segundo e último debate da rádio, organizado pela Renascença, Antena 1 e TSF, antes das legislativas.
Deste modo, Costa fugiu à questão sobre se olha o PSD como eventual parceiro caso falhe uma nova "geringonça" à esquerda. O líder do PS voltou a defender as virtualidades da solução encontrada há quatro anos, argumentando que "foi uma boa solução, com boas políticas que deram bons resultados".
Confrontado com o facto de o Bloco de Esquerda ter apontado o PS como adversário da esquerda, Costa disse esperar que o Bloco reveja posições, "tal como fez há quatro anos".
"O Bloco de Esquerda também tinha o PS como o seu adversário principal há quatro anos, e espero que possa rever a posição e perceba que ter o PS como principal adversário é uma grande frustração para todos aqueles que compreendem que é necessário prosseguir na próxima legislatura com mais força, com mais dinâmica as boas políticas e os bons resultados que tivemos na legislatura."
Rui Rio ironizou neste ponto do debate, afirmando que PS e BE mantêm "um arrufo de marido e mulher" sem consequências . "Depois, nem dá divórcio. Se precisarem de se entender, obviamente que se vão entender na mesma", reforçou Rio.
António Costa voltou ao exemplo espanhol, sublinhando que o país vizinho vai para a quarta ida às urnas em quatro anos, contrastando com a estabilidade da solução que neste tempo vigorou em Portugal.
"Bloco central"
A questão do "bloco central" foi de novo abordada, com os dois líderes a rejeitarem esse tipo de solução. "É indesejável", disse Costa, enquanto Rio repetiu a sua tese de que uma saída desse tipo "só em situação de grande limite" como aconteceu "quando tivemos de chamar a troika".
Os dois líderes entendem que os seus partidos são mutuamente "alternativa". Costa disse que "o PSD é alternativa à direita", o que mereceu um aparte de Rio: "Ao centro, ao centro."
"Poder haver acordos é outra coisa", disse Rio, defendendo que o PSD pode entender-se com o PS ou qualquer outro partido, dependendo das matérias.
Costa voltou a defender as virtualidades da solução encontrada há quatro anos, argumentando que "foi uma boa solução, com boas políticas, que deram bons resultados".