23 set, 2019
A mudança política na Madeira começou com a saída de Alberto João Jardim, defende Jacinto Lucas Pires, para quem a vitória sem maioria absoluta do PSD é a confirmação de que a “normalidade política” chegou ao arquipélago.
Henrique Raposo vai mais longe e diz que “havia um fator pessoal na [antiga] maioria do PSD, que era o Alberto João Jardim”. No seu entender, há maiorias que com cunho pessoal e dá Cavaco Silva como outro exemplo.
Quanto aos demais resultados, Jacinto Lucas Pires diz que a “derrota do CDS se tornou uma vitória” e que a vitória do PS “não lhe serve de muito”.
Henrique Raposo mostra-se curioso para ver o que acontece no continente, se na Madeira se avançar para uma “geringonça”.
“O PCP e o Bloco de Esquerda aliarem-se ao PS criam um bloco e desgastam as suas diferenças em relação ao PS; levam as pessoas a pensar que assim mais vale votar no líder do bloco, o PS”, analisa.
“É curioso ver se esse sentimento transparece para as eleições” de dia 6, acrescenta.
Sobre o caso de Tancos e a notícia que a Renascença avançou nesta segunda-feira de manhã (de que o antigo ministro da Defesa é especialmente visado na acusação), Jacinto Lucas Pires considera que o tema já não terá grandes consequências políticas, uma vez que, “do ponto de vista político, já fizemos as leituras que eram para ser feitas”.
Além disso, diz, “falta a defesa, ver o outro lado da questão.
Henrique Raposo critica António Costa e diz que “foi vergonhosa a gestão que o primeiro-ministro fez” do assunto.
O comentador mostra-se ainda descontente com a postura que o líder do principal partido da oposição tem tido e aponta, por exemplo, a questão das golas antifumo. “Estão a passar ao lado da campanha, porque Rui Rio confunde justiça com política”.