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Do que Henrique Monteiro gostou e não gostou no debate da rádio

18 set, 2019 - 16:09 • José Pedro Frazão , João Pedro Barros

O comentador da Renascença abraçou e rejeitou ideias de todos os partidos. Segurança social, reforma do sistema político e justiça foram os principais pontos de análise.

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Ponto prévio: Henrique Monteiro não acha que haja vencedores ou perdedores dos debates, “porque não há dados objetivos”. “Os primeiros perdedores são os comentadores e jornalistas, acho uma vergonha o que os jornais andam a fazer”, sublinhou no seu espaço de comentário à Renascença.

Posto isto, o que Henrique Monteiro acha que faz sentido é destacar os pontos em que está mais ou menos de acordo com os vários intervenientes. E estas são as suas escolhas relativamente ao debate da rádio, esta quarta-feira.

Henrique Monteiro gostou

  • Segurança Social

“Os vencedores são Rio, porque gostei da ideia do 'phasing out', ir trabalhando menos à medida que se envelhece e depois da reforma, mas também Costa, que foi bastante explícito sobre para onde vai o dinheiro da Segurança Social.”

  • Reforma do sistema político

“Esteve muito bem Rui Rio, por causa da degradação do sistema, 40 anos depois. Esteve bem André Silva, com a hipótese dos círculos serem os nove NUTS [Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos, o sistema hierárquico de divisão do território em regiões], sete no continente e as regiões autónomas, em vez dos círculos atuais, que como ele diz são do século XIX.”

  • Justiça

“A Catarina Martins e o Jerónimo de Sousa foram mais ao encontro do que acho, que é que o enriquecimento injustificado deve ser mesmo ilegal. Costa esteve bem quando disse que o que é preciso é especialização dos atores nos tribunais [e não tribunais especializados].”

Henrique Monteiro não gostou

  • Segurança social

“O sistema público de capitalização de Cristas não parece uma coisa pegue muito e os piores de todos foram Jerónimo de Sousa e Catarina Martins, que acham que sempre que se mexe é por motivos tenebrosos, é como na saúde.”

  • Reforma do sistema político

“Cristas esteve mal a dizer que é um problema que não existe, tanto existe que é discutido. Pior ainda esteve Catarina Martins, que disse esta frase arrojada: 'Os círculos uninominais nunca trouxeram nada de bom para a democracia, veja-se o Reino Unido. É um bocado arrojado dizer que o Reino Unido não trouxe nada de bom quando foi o país que ficou isolado a defender a democracia'.”

  • Justiça

“Costa teve uma posição básica e sem sentido, que é a de que já há leis suficientes, não são é aplicadas. Se não são, o legislador, a Assembleia da República, tem de fazer com que sejam, nem que seja dando mais conteúdo e força de lei.”

“Péssimo esteve o André Silva sobre os tribunais especializados. De facto, são uma coisa para evitar. Esteve mal Rui Rio, porque a violação segredo de justiça ser paga pelo jornalistas em primeiro lugar é errado por dois motivos: primeiro, porque a lei geral portuguesa é da publicidade e não do segredo de justiça; segundo, porque, se não fossem os jornalistas, mais de 80% dos casos farfalhudos que hoje se conhecem desconheciam-se. Deveria ter a humildade de dizer que não foi o Ministério Público, nem a Assembleia da República, nem as comissões parlamentares, nem coisa nenhuma a fazerem estes casos. Só teria razão se o Ministério Público alterasse completamente a forma de decretar segredo de justiça."

  • Acordo ortográfico

“O André Silva disse que a ortografia não se impõe por decreto. Se não for por decreto é como? Não sabe que foi a Academia das Ciências a fazer um acordo e que ele foi votado no Parlamento? Se não for votado é como? Escrevo André com H, se me apetecer?”

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