Tempo
|
Casa Comum
A política nacional e europeia em debate à quarta-feira às 13h05 e às 23h20
A+ / A-
Arquivo
Casa Comum - O debate das rádios - 18/09/2019

Casa Comum

Debate da rádio. Assis diz que Rio foi "subvalorizado" e que "o país vai ter que contar" com ele

18 set, 2019 • Redação


O eurodeputado socialista está certo de que o PSD vai perder as eleições, mas Rui Rio vai ter "uma palavra a dizer na vida política portuguesa". No rescaldo do debate das rádios, Paulo Rangel sublinha que Rio "tem estado francamente bem".

O eurodeputado Francisco Assis considera, no rescaldo do debate das legislativas na rádio esta quarta-feira, que Rui Rio não conseguirá derrotar o PS e António Costa nas eleições, mas sairá desta campanha reforçado como ator a ter em conta na vida política nacional.

"Ele estava subvalorizado, foi muito mal tratado, principalmente pela Direita. Aliás, ele tem na Direita, não na Esquerda, os seus maiores adversários", diz Assis.

Para o eurodeputado socialista, "Rui Rio é uma personalidade com quem o país vai ter que contar, quando havia a ideia de que iria ter uma derrota eleitoral esmagadora e desaparecer da vida política nacional".

"Vai perder, mas está a impor um estilo e uma imagem que lhe vão dar uma palavra a dizer na vida política portuguesa", remata Assis.

Por sua vez, o outro comentador residente da "Casa Comum", Paulo Rangel, aponta Rio como o vencedor do debate desta quarta-feira.

"Dizer de forma clara quem ganhou um debate a seis e em rádio é bastante mais difícil do que num debate a dois, mas nas prestações mediáticas tradicionais Rui Rio tem estado francamente bem e muito melhor do que António Costa", considera Rangel.

O eurodeputado do PSD diz-se "impressionado" pelo facto de Costa, em vários debates, "descer ao detalhe técnico", algo "revelador de falta de visão global".

Rio "maximalista"

Sobre as matérias em debate nas ondas hertzianas, esta quarta-feira, Rangel concorda com a ideia de Rio de que os jornalistas têm de ser responsabilizados em matéria de violação do segredo de justiça, embora veja a proposta do seu líder como "maximalista".

"Sou muito sensível ao que diz o doutor Rui Rio, de que os jornalistas também têm uma responsabildiade. Só existe estímulo para que os operadores revelem informação em segredo de justiça se houver difusão. Só responsabilizando os violadores é que há forma de travar o problema. Mas é preciso uma soluçãio equilibrada. Talvez o doutor Rui Rio tenha uma visão maximalista, a minha é talvez mais moderada. Mas que há um problema, há."

Neste ponto, Francisco Assis considera que assiste a Rio razão "no diagnóstico", mas contrapõe que a "maior responsabilidade recai sobre os operadores judiciários", sendo que "já existe legislação suficiente".

Sobre a delação premiada e a consagração do crime de enriquecimento ilícito, Assis mostra-se contra, enquanto Rangel assume ter posição diferente da do líder do seu partido. Quanto a Costa, Rangel acha-o "demagógico" e remata: "Costa tem uma má relação com a Justiça."

Draghi e Lagarde: novos desafios e um balanço

Numa altura em que se fica a saber que Christine Lagarde vai assumir a presidência do Banco Central Europeu, ainda se ouvem os ecos de Draghi que anunciou um corte nas taxas de juro dos depósitos e, de novo, um plano de dívida nos mercados.

Numa análise ao trabalho do italiano, o social-democrata Paulo Rangel diz que “mais uma vez, Mario Draghi dá grande atenção à defesa da moeda única, da zona euro, das economias europeias e, por isso, toma medidas preventivas de uma recessão” Rangel destaca um segundo que considera muito importante: “Ele diz atenção que isto não chega, até poderia não ser preciso fazer isto se houvesse uma política orçamental diferente (nomeadamente por parte da Alemanha e da Holanda, porque têm maior folga para isso e deviam estar a investir mais e a contrariar a recessão, evitando que o BCE tenha de agir)”. E, em terceiro, afirma Rangel, “Mário Centeno vem surpreender e dizer que Draghi está a exagerar, que não é preciso precaver uma recessão, é preciso agir se as coisas piorarem. Mas ninguém o contestou”.

Por seu lado, Francisco Assis surpreende-se com as declarações do socialista Mário Centeno. Mas ressalva o trabalho de Draghi e salienta a decisão tomada agora, que vem mostrar que “ele alterou a política monetária europeia de forma drástica com resultados muito positivos”. Segundo aspecto destacado por Assis “é ele ter dito que não são suficientes as medidas tomadas por ele, porque são necessárias políticas nacionais mais expansionistas por parte de países como a Alemanha.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.