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Temporada 2019-2020. CCB procura novos públicos e aposta nas crianças

17 set, 2019 - 15:07 • Liliana Monteiro

Centro Cultural de Belém vai funcionar como uma ‘Cidade Aberta’, com serviço publico cultural que vai de encontro ao público fiel mas também que procura novos visitantes. Dia Mundial da Poesia vai lembrar Amália Rodrigues, no cinema resgata-se o "Apocalypse Now" e na dança haverá aposta no bailarino paquistanês Akram Khan.

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O Centro Cultural de Belém (CCB), que esta época quer abrir portas como uma "Cidade Aberta", apresentou esta terça-feira de manhã a programação da nova temporada, que surge repleta de "artistas de todo o mundo, numa cidade que se quer entregar ao público e refletir o pulsar do mundo, que se abre a quem a procura e quer que reparem nela".

Foi desta forma que foi resumido e introduzido todo o leque de artistas, espetáculos, exposições e concertos que vão marcar o final deste ano e o próximo. Aos jornalistas, Elísio Summavielle, presidente do CCB, disse que o público pode contar com uma "programação de qualidade, sem abandonar o classicismo, mas ao mesmo tempo inovadora, conjugando todas as vertentes das artes performativas: teatro, música, dança".

Na mesma conferência, sublinhou que na temporada 2019-2020 haverá ainda uma clara aposta na "formação de novos públicos e no trabalho com as crianças", apoiada num orçamento "prudente" de 2 milhões e 100 mil euros, sendo às artes performativas que será atribuída a maior fatia da verba.

No cinema, já no dia 20 de outubro, o CCB apresenta o filme "Apocalypse Now: Final Cut", que faz 40 anos, e vai estrear com uma versão remontada por Francis Ford Coppola. "Morte em Veneza", de Luchino Visconti, e "A Conquista do Oeste" de John Ford são outros dos filmes selecionados para esta temporada.

Na dança, destaque para uma obra do coreógrafo e bailarino paquistanês Akram Khan, com uma peça que comemora os 100 anos da I Guerra Mundial, durante a qual um milhão de soldados indianos lutou ao lado do exército britânico.

Os Dias da Música, comemorados no mês de abril, vão este ano celebrar Beethoven. André Cunha Leal, responsável pela área musical no CCB, diz que é "um verdadeiro desafio porque a música do autor tem obras de dimensão filosófica sem precedentes", além de que é preciso quebrar o estigma do que "já é conhecido" e mostrar "novas interpretações".

Madalena Wallenstein, responsável por pensar o CCB para as crianças, lembrou, por sua vez, que é "incontornável relacionar cultura e educação". Por esse motivo, a Fábrica das Artes criou uma parceria que vai articular com escolas a ida de crianças ao CCB mas também a entrada de artistas no ambiente escolar, "democratizando a cultura". A par disso, a Companhia Caótica vai assinalar 10 anos de existência com a produção "Sopa Nuvem", um thriller gastronómico que vai juntar memórias da família e receitas. O espetáculo terminará com uma sopa de feijão como a que se come na casa dos avós.

Já na área das conferências CCB, Maria Pinto Basto, responsável pelo departamento, diz que vão ser abordados temas como "Lisboa, que paisagem é esta?", "Protagonistas da História de Portugal", "Lua: Século XXI" e "Afinal o que é isso do populismo?", temas quentes deste e do próximo ano.

Em 2020, ano em que se assinala o centenário do nascimento de Amália Rodrigues, a fadista será homenageada no Dia Mundial da Poesia.

As questões do ambiente não foram esquecidas, até porque Lisboa será em 2020 a capital verde europeia. Haverá, por isso, exposições que refletem sobre a relação da construção das cidades com o ambiente e com o planeta, sendo que a Trienal de Arquitetura trará também ela um "olhar para trás" das construções nas nossas cidades.

Para angariar novos amigos, o CCB vai entretanto lançar uma campanha para atrair novos públicos, uma que será sobretudo focada nos mais jovens.

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