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Legislativas 2019

Debate. Onde Rio vê "oportunidade perdida", Costa vê crescimento e "contas certas"

16 set, 2019 - 23:27 • Redação

Líderes do PS e do PSD estiveram frente a frente nas televisões a trocar argumentos para as eleições legislativas de 6 de outubro.

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António Costa acusa o PSD de propor um choque fiscal que “acaba sempre num enorme aumento de impostos”. Rui Rio nega e defende redução de impostos para família e empresas como uma “aposta no futuro”.

No debate televisivo desta segunda-feira, os impostos foram um dos temas que mais dividiu os líderes do PS e do PSD, que se acusaram mutuamente sobre a gestão da carga fiscal.

Rui Rio criticou o aumento dos impostos indiretos, como o dos combustíveis, ao longo da última legislatura e definiu que impostos quer reduzir no caso de formar Governo.

Rui Rio concluiu que os portugueses nunca pagaram tantos impostos como agora e que as "contas certas" resultaram de uma enorme carga fiscal, prometendo, se formar Governo, reduzir a carga fiscal, porque há margem orçamental para isso.

"Em 2023 teremos margem orçamental de 15 mil milhões. Este Governo teve agora 13 mil milhões. E fez o que nós sabemos: redistribuir. Nós queremos 25% para impostos, 25% para investimento público – que foi mais baixo do que no tempo da troika – e 50% para despesa corrente", argumentou o presidente do PSD.

António Costa alerta que a receita de Rui Rio pode acabar mal, como aconteceu no passado. “O que Rui Rio propõe é um choque fiscal como no tempo de Durão Barroso, que acaba sempre num enorme aumento de impostos”, atirou o líder do PS, com Rui Rio a responder com o clássico: "olhe que não".

O primeiro-ministro nega a tese da "maior carga fiscal de sempre" e sustenta que o aumento da receita proveniente de impostos está intimamente ligada à criação de postos de trabalho e dos novos trabalhadores que passaram a pagar impostos e à redução do IVA na restauração. "Foi a economia, e bem, que fez aumentar a receita fiscal", sublinhou.

O líder do PSD rejeita que esteja a "hipotecar o futuro" com o seu plano de descida de impostos para as famílias e para as empresas. "Se algum percalço internacional houvesse, o PS ajusta aumentando impostos ou cortando despesa, enquanto que nós podemos ajustar na medida da redução de impostos e do investimento público, o que é mais suave e mais agradável em termos de reação de uma economia".

"Se a economia estivesse fantástica, as pessoas não emigravam"

O líder do PSD considera que um bom exemplo de que as coisas não vão bem em Portugal é o número de pessoas que continuam a emigrar.

Portugal é dos países que menos cresce da União Europeia. Só há dois a crescer abaixo da média: Alemanha e Itália. O rendimento per capita em Portugal foi caindo e é o terceiro pior da zona euro. O crescimento que tivemos é induzido de fora e muito pior do que os nossos principais concorrentes. Vou dizer uma coisa que as pessoas não sabem: se a economia estivesse fantástica, as pessoas não emigravam. 330 mil pessoas emigraram, entre 2016 e 2019. É a cidade do Porto e Viana do Castelo juntas. Qual é o contentamento das pessoas perante um êxito destes?", atirou Rui Rio, que citou dados provisórios do Observatório da Emigração.

Na resposta, António Costa respondeu que o saldo migratório - a diferença entre pessoas que emigram e imigram - passou a ser positivo em Portugal. "Os números oficiais que existem são até 2017 e nesse ano o saldo migratório, pela primeira vez desde há mutos anos, foi positivo", salientou o líder do PS.

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  • Carlos Costa
    17 set, 2019 10:30
    "Cava fosso" a favor de Rio, que desmontou a conversa das contas certas, com o mais baixo investimento, por exemplo na saúde do que no tempo da Troica, a deterioração dos serviços públicos, e a emigração de mais de 300 mil Portugueses!

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